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A mostrar mensagens de maio, 2005

Uns são mais iguais do que outros

Sempre ouvi dizer que o que a comunidade LGBT quer é ser tratada e ter os direitos de toda gente. Mas esta notícia faz-me duvidar. Será que só querem os direitos, mas não os deveres? Ou será que, tal como dizia Orwell, uns são mais iguais do que os outros?

Sanidade reencontrada (II)

Também há sinais de bom-senso vindos do Canadá (surpreendente, não?): Quebec — Quebec has rejected the use of Islamic tribunals, which can be used to settle family disputes, in the province. In a unanimous vote Thursday, the Quebec legislature passed a motion against allowing sharia to be used in the legal system. “The application of sharia in Canada is part of a strategy to isolate the Muslim community, so it will submit to an archaic vision of Islam,” Fatima Houda-Pepin, a Liberal member of the legislature, said as she introduced the motion against use of the Islamic law. “These demands are being pushed by groups in the minority that are using the Charter of Rights to attack the foundation of our democratic institutions.” Fonte A frase em destaque demonstra uma característica que se aplica não só aos líderes islâmicos radicais, mas também a muito lideres comunitaristas: a tentiva de controlarem as suas comunidades tirando partido do multiculturalismo, reivindicando excepções cultur

Sanidade reencontrada

A associação britânica de professores AUT revogou a decisão de boicotar duas universidades israelitas. É bom saber que, por vezes, o bom-senso prevalece.

Relativismos...

Como se sabe, nas sociedades ocidentais, a homofobia e a violência contra mulheres são crimes com enorme repercussão mediática e, normalmente, severamente punidos. Mas, em certos países civilizadíssimos da nossa querida União Europeia, parece que pode haver excepções. Quais? Bem, para saberem, aconselho a leitura deste artigo, When is it politically correct to beat gays and kill women?" . Parece que estes crimes são apenas injustificáveis quando praticados por brancos. Afinal, tudo é relativo, não é verdade?

Festival Eurovisão da Canção

Pelo que parece, hoje, em Kiev, realiza-se a semi-final do 50.º Festival Eurovisão da Canção e nós participamos com um grupo chamado 2B com uma canção que, francamente, nunca ouvi. Só como aparte, que diferença há em relação há 30 anos atrás. O Festival da Canção da RTP, primeiro, e o Festival da Eurovisão, depois, eram assuntos e momentos televisivos importantes. Gradualmente, caíram, ambos, numa enorme irrelevância. O primeiro morreu, o segundo arrasta-se cada vez mais levado para leste. Mais do que estar muito interessado nisto, li no Jornal de Notícias que há polémica por a canção ir ser cantada quase toda em inglês. Não é por nada, mas considero isto um grande provincianismo. A mim não me incomoda nada que haja portugueses a cantar em inglês, penso apenas que no caso do festival da Eurovisão é uma perda de tempo. É uma perda de tempo porque nós nunca ganharemos este Eurofestival. Por isso, porquê enviar uma canção em (mau?) inglês, que se vai fundir num imenso mar de mediocridad

Ian Curtis - 25 anos depois

Heart and Soul Instincts that can still betray us, A journey that leads to the sun, Soulless and bent on destruction, A struggle between right and wrong. You take my place in the showdown, I'll observe with a pitiful eye, I'd humbly ask for forgiveness, A request well beyond you and I. Heart and soul, one will burn. Heart and soul, one will burn. An abyss that laughs at creation, A circus complete with all fools, Foundations that lasted the ages, Then ripped apart at their roots. Beyond all this good is the terror, The grip of a mercenary hand, When savagery turns all good reason, There's no turning back, no last stand. Heart and soul, one will burn. Heart and soul, one will burn. Existence well what does it matter? I exist on the best terms I can. The past is now part of my future, The present is well out of hand. The present is well out of hand, Heart and soul, one will burn. Heart and soul, one will burn. One will burn, one will burn, Heart and soul, one

Notas soltas

O tempo não tem sido muito para dedicar aos blogues, mas mesmo assim não queria deixar de comentar alguns assuntos que se vão passando pelo mundo. Aborto. Mais tarde ou mais cedo o assunto do aborto vai voltar à agenda política portuguesa (com ou sem referendo). A este propósito, aconselho a leitura de esta notícia . No ano passado, 32% das mulheres que fizeram um aborto em Inglaterra e País de Gales já tinham feito pelo menos um aborto no passado. De notar que a lei inglesa é das mais liberais, pois permite abortos até às 24 semanas, enquanto França e Alemanha vai só até às 12 semanas e a Suécia e Noruega é de 18 semanas. Blair recusou a diminuição do limite com o argumento de que não queria "criminalizar as mulheres". O motivo pelo qual as mulheres abortam repetidamente deveria fazer pensar e de qualquer modo mostra que o aborto não éé solução para nada. Newsweek. Que haveremos de dizer deste "Abu Ghraib da imprensa"? A Newsweek relatou um caso de profanação do A

Educação blairista

Tony Blair pode não ser considerado como um verdadeiro trabalhista por muita gente de esquerda. Mas a verdade é que, no domínio da educação, a sua política tem seguido os princípios mais dignos ditados pelos "cientistas de educação". Por isso esta notícia não me surpreende nada: Examiners marking an English test taken by 600,000 14-year-olds have been told not to deduct marks for incorrect spelling on the main writing paper, worth nearly a third of the overall marks. The rule, issued by the Qualifications and Curriculum Authority, means that pupils could spell every word wrongly in the most significant piece of writing that they are required to do and yet still receive full marks. Ministers are particularly concerned about exam results this year, having failed to achieve their 2004 target of 75 per cent of 14-year-olds reaching the level expected in English. Just 71 per cent reached the standard, despite a multi-million pound Government strategy aimed at improving lessons

A mesma retórica; os mesmos efeitos

Toda a gente se lembra da retórica francesa acerca da "excepção cultural" nas discussões sobre comércio livre na OMC. Mas, esse mesmo país que exige uma excepção para os bens culturais é também um país terrivelmente burocrático . Por isso, isto não me admira mesmo nada: Le mal français : François Pinault renonce, devant les lourdeurs administratives, à installer sur l'île Seguin sa fondation privée consacrée à l'art moderne, qui rejoindra l'Italie ; O presidente francês aconselha o voto no "sim" no referendo ao tratado constitucional porque estes não é "liberal". Realmente um país com esta burocracia não pode ser um país liberal. E provavelmente, também é um país que gosta de cultura subsidiada e não feita por privados de modo independente. Pelo menos é o que parece. Até parece Portugal.

Dia da Vitória na Europa

Ontem e hoje comomerou-se o Dia daVitória na Europa, o fim da Alemanha nazi. Enfim, 60 anos passaram, mas a polémica não. Nunca percebi porquê. Está claro que o nazismo era uma ideologia perversa e só podemos congratular-nos com o seu fim. Mas, também, está claro que os países que ficaram sob domínio da URSS, não foram libertados nessa altura, pois, nos dois/três anos seguintes os soviéticos trabalharam para estabelecer ditaduras comunistas. Eu, durante os anos oitenta, conheci polacos que viviam na Polónia e posso dizer que eles estavam longe de gostar do regime em que viviam. Depois da queda do muro, conheci húngaros, alemães de leste, romenos, gente com a minha idade, isto é, que viveram, pelo menos até aos 25 anos sob ditadura comunista. O mínimo que posso dizer é que, apesar das dificuldades que a imediata situação pós-comunista lhes criou, nenhum tem saudades da época das repúblicas socialistas. Ninguém põe em dúvida o contributo dos soviéticos na derrota da Alemanha nazi. Mas aq

E como será o prazo de pagamento

Leio na TSF Online que a Procuradoria-Geral da República está com falta de dinheiro que até põe em causa a conclusão de alguns processos. E dá-se um exemplo: Um dos mais complicados dos últimos anos está em risco de não ser terminado por falta de dinheiro. Trata-se de uma burla ao IVA, onde o Estado português perdeu milhares de euros. Neste caso há arguidos portugueses e estrangeiros, sendo preciso traduzir os três volumes da acusação para norueguês , o que está a prejudicar a fase de instrução. E pornto, pensam os meus leitores, lá voltamos à tradução. É isso, mas neste caso numa outra vertente. O do mundo real em que os tradutores trabalham. Já tenho muitos anos de tradução no mercado português e, francamente, se algum tribunal/ministério público português me pedisse para fazer uma tradução deste tipo, duvido que aceitasse. Mas antes de dizer porquê, façamos uma pequena digressão., pois não sei se toda a gente compreende todas as implicações que traduções deste género trazem cons

Traduções uma vez mais

Columbo - Gosto de ver na RTP Memória os episódios desta série que passava na TV portuguesa nos anos 70. Já na altura era uma das minhas séries preferidas. Ontem, quando via o desenlace do episódio Columbo pede desculpa ao principal suspeito pela "apreeensão do seu filho" (segundo a legenda). Em inglês, um dos sentidos de "apprehension" é do acto de capturar, prender, deter alguém. "Apreensão" em português, e neste contexto legal, tem um sentido completamente diferente e não se aplica a pessoas. Mas, estes erros ocorrem muito frequentemente e para tal contribuem muitas razões (embora a maioria não possam servir como desculpa). Por um lado, nunca sabemos quanto tempo foi dado ao tradutor (que neste caso faz as legendas) quanto tempo foi dado e como foi dado o trabalho. Por vezes, a pressão não é boa conselheira e não se consegue fazer uma revisão como deve ser. Mas, por outro lado, também pode ser indício de falhas de formação ou experiência. Não acredito

Variações...

Ao ler esta notícia pareceu-me notar algo estranho. É claro que o estranho estava no título: Canal Plus acusado de espionar trabalhadores O estranho, como é bom de ver, é o verbo "espionar", em vez do muito mais usual "espiar". Não é que o verbo não exista em português, existe sim. Aliás, em francês, também temos "épier" e "espionner" com sentidos que se interpenetram, mas não totalmente coincidentes. De qualquer modo, penso que quem traduziu a notícia (a redigiu a partir de material francês), traduziu e pronto, não pensou mais no assunto. O problema, se é que o é, é o estranhamento que provocará em muita gente, que achará o verbo, pelo menos, um pouco esquisito. E porque se dá esta sensação de estranhamento? Apenas porque o verbo "espionar" ocorre, no português moderno (e provavelmente também no antigo) muito menos vezes do que o verbo "espiar". Sentimos isso intuitivamente, mas, também de um certo modo, podemos tentar conf

Aviso aos interessados

Para quem não saiba a Queima das Fitas do Porto já começou. Não que isso tenha muita importância para mim - nem quando frequentava a faculdade perdi muito tempo com isso -, mas é sou para lembrar os distraídos que nem sequer pensem em circular na Baixa do Porto na próxima terça-feira. Aquilo faz perder a paciência ao mais santo dos homens. Desde os engarrafamentos até às figurinhas tristes feitas pelos futuros líderes da nação, tudo o espectáculo é mau de mais para ser verdade. Hoje de manhã, à volta do estádio do Bessa, tive a oportunidade de comprovar o comportamento por vezes pouco civilizado deste pessoal quando anda junto em grande número. Aliás quem se lembrou de fazer a Missa da Benção das Pastas num estádio que fica dentro de uma zona já densamente habitada (e com poucos espaços de estacionamento para tanta gente) merecia um prémio. Mas tudo isto deve ser do meu mau humor em relação às tradições académicas. É que sempre as achei uma coisa muito triste e estúpidas, além de perfe