Carlos Martel

Há 1272 anos, a 25 de Outubro de 732 d.C., Carlos Martel, maire du palais da decadente corte merovíngia, juntamente com o duque Eudes, que governava a Aquitânia, então um país independente do reino franco, derrotou as tropas muçulmanas de Abd el-Rahmann, governador de Espanha, entre Poitiers e Tours.

Abd el-Rahmann foi morto na batalha e, no dia seguinte, as suas tropas retiraram. Esta batalha foi o ponto final da expansão do Islão para norte. A partir daí, Carlos Martel desceu para o Midi e começou a desalojar os vários chefes muçulmanos que aí se tinham instalado alguns anos antes.

Esta vitória foi importante porque de facto marcou o fim da tentativa de expansão. Os muçulmanos já tinham sido derrotados em Toulouse em 9 de Junho de 721 d.C. pelo já referido duque Eudes e que solidificou a independência da Aquitânia em relação ao Reino dos Francos. Mas Eudes não se ficou por aí e fez uma aliança com Munuza, governador berbere da Septimânia que, em bora muçulmano estava em revolta contra a Espanha muçulmana. Eudes deu a sua filha em casamento a Munuza (naquele tempo os preconceitos religiosos ficavam atrás das considerações políticas), mas no seguimento da guerra Munuza foi morto em batalha com Abd el-Rahmann. este decidiu fazer uma expedeção punitiva contra a Aquitânia. Eudes teve que chamar Carlos Martel a contragosto, pois saberia que havia o perigo dos Francos estenderem os seus domínios para sul. Mas perante a ameaça, assim o fez e deste modo, a invasão muçulmana pode ser definitivamente parada. É claro que a Aquitânia, bem como a Provença, acabam por cair sob domínio franco devido às suas campanhas de 737 e 739.

Carlos Martel (c. 668 - 741), sucedeu a seu pai, Pepino de Herstal, em 714, como maire du palais, que nestes últimos anos dos reinos dos Merovíngios era quem exercia efectivamente o poder. A 14 de Outubro de 714, em Néry, Carlos Martel à frente dos francos austrasianos, venceu os francos neustrianos, e a Austrásia e a Nêustria reuniram-se num único reino franco.

O poder da família cresceu de tal modo, que em 751, o seu filho Pepino, o Breve, que lhe sucedeu em 741, derrubou o último rei merovíngio, Childerico III, fazendo-se proclamar rei. O sucessor de Pepino foi Carlos Magno que levou o império carolíngio à sua máxima expansão. O nome de carolíngio dada a esta família deve-se ao facto dos seus mais ilustres representates serem ambos Carlos (Karolus em dialecto germânico), Carlos Martel e Carlos Magno

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