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A mostrar mensagens de novembro, 2005

O supra-Camões

Na passagem dos 70 anos da morte de Fernando Pessoa, escrevi um texto com o título acima indicado no Humanae Litterae (e também n' O Insurgente ).

Quinto Horácio Flaco

Horácio, nasceu em 8 de Dezembro de 65 a.C. e faleceu (se a data está certa pois já vi uma diferente) em 27 de Novembro de 8 a.C. Foi um poeta extremamente importante não só na sua época, mas também na história da literatura ocidental, sobretudo do séc. XV ao séc. XVIII. Quer através da sua Epistola ad Pisones (mais conhecida por Arte Poética), que através das suas Odes , Horácio influencia desde Camões a Correia Garção. Para lembrar um dos grandes poetas de sempre, deixo um dos seus poemas mais famosos (e divulgado, por exemplo, no "Clube dos Poetas mortos") e a tradução para português de David Mourão-Ferreira. Tu ne quaesieris, scire nefas, quem mihi, quem tibi finem di dederint, Leuconoe, nec Babylonios temptaris numeros. ut melius, quidquid erit, pati. seu pluris hiemes seu tribuit Iuppiter ultimam, quae nunc oppositis debilitat pumicibus mare Tyrrhenum: sapias, uina liques, et spatio breui spem longam reseces. dum loquimur, fugerit inuida aetas: carpe diem quam minimum

Multiculturalismos...

Que o multiculturalismo e o politicamente correcto têm efeitos perversos é bem sabido. Entre os estes efeitos, está o totalitarismo, pois querem impor a todos, em todos os aspectos da vida, um "pensamento único" que não pode ser nunca posto em causa. Reza a cartilha multiculturalista e politicamente correcta que se respeitar todas as culturas e que em caso algum se pode ofendê-las (é claro que para esta gente há uma notável execepção: a civilização ocidental, o cristianismo e o homem branco podem ser denegridos à vontade). Esta cartilha multiculturalista é perfeitamente castradora como se pode ver, na Inglaterra, com o caso de uma peça de Christopher Marlowe , dramaturgo inglês do período isabelino, que viu uma das suas peças, Tamburlaine the Great, modificada de modo a não ofender sensibilidades muçulmanas, tal como é relatado no Times Online : T WAS the surprise hit of the autumn season, selling out for its entire run and inspiring rave reviews. But now the producers of Tam

A Net, a ONU e os Estados Unidos...

Daqui a alguns dias, vai realizar-se na Tunísia uma cimeira mundial sob égide ONU em que estará em questão o futuro da Internet. Kofi Annan, a 5 de Novembro, ainda tentou traquilizar os que duvidam das boas intenções da ONU, escrevendo um artigo no Washington Post que The U.N. Isn't a Threat to the Net (que penso ser o mesmo que saiu no Público). Claro que, perante palavras tão sábias, ficamos todos mais sossegados, a conferência até vai ser realizada num país que defendem os direitos humanos. Não é assim? É óbvio que há pessoas que acham um desaforo o "controlo" da Internet estar nos Estados Unidos (ver aqui e aqui ), mas de facto, se a Internet caísse sob a alçada da ONU, bem poderíamos dizer adeus a liberdade de expressão na mesma. Aliás, uma organização que duvida da bondade dos objectivos da ONU é a muito insuspeita RSF, ou seja, os Repórteres sem Fronteiras. Na sua página oficial, esta organização toma a sua posição nesta questão com o texto Gouvernance d’Internet

Presidenciais Watch

Faz-me rir quando Jerónimo de Sousa diz que a vitória de Cavaco poderia mutilar a democracia . Quando o mesmo Jerónimo pretende, na sua campanha, avivar "a memória dos portuguesas em relação aos dez anos que o antigo primeiro-ministro governou o país", também, já que Jerónimo pensa que a democracia pode estar em perigo, podemos fazer esse exercício de memória em relação ao passado antidemocrático (e, obviamente, do seu presente antidemocrático, visto que continuam a declara-se comunistas e "comunismo democrático" é um oxímoro). Vai agora fazer trinta anos (a 25 de Novembro) que o projecto antidemocrático para Portugal do PCP e da extrema-esquerda foi claramente derrotado. Para quem não viveu esses tempos, basta dizer que Álvaro Cunhal afirmou de que nunca haveria uma democracia parlamentar em Portugal e que se assistiu, sobretudo nesse ano de 1975, a um assalto continuado dos comunistas e outros extremistas de esquerda ao poder para tornar Portugal numa ditadura pro

A Intifada francesa

A propósito dos acontecimentos recentes em França, não é demais salientar o que Pacheco Pereira escreveu sobre a violência e as democracias: Se se pensa que está consolidada nas democracias a condenação da violência como instrumento político, pensa-se mal. Desde que os movimentos radicais da extrema-esquerda e extrema-direita, que defendiam a violência "revolucionária", perderam influência e se desintegraram nos anos 80, com o fim do surto terrorista que das Brigadas Vermelhas italianas, às FP portuguesas, atravessou toda a Europa, que parecia haver um consenso político de intransigência quanto ao uso da violência nos sistemas democráticos. O caso da ETA e do IRA eram excepções que confirmavam a regra de que em democracia a violência estava de todo excluída. Mas desenganemo-nos. Bastou surgir uma nova violência, com novos actores e novas causas, ocupando, mesmo que ilusoriamente, o local e a memória dessa violência radical do passado, para se verificar que importantes sector