Quinto Horácio Flaco

Horácio, nasceu em 8 de Dezembro de 65 a.C. e faleceu (se a data está certa pois já vi uma diferente) em 27 de Novembro de 8 a.C. Foi um poeta extremamente importante não só na sua época, mas também na história da literatura ocidental, sobretudo do séc. XV ao séc. XVIII. Quer através da sua Epistola ad Pisones (mais conhecida por Arte Poética), que através das suas Odes, Horácio influencia desde Camões a Correia Garção. Para lembrar um dos grandes poetas de sempre, deixo um dos seus poemas mais famosos (e divulgado, por exemplo, no "Clube dos Poetas mortos") e a tradução para português de David Mourão-Ferreira.

Tu ne quaesieris, scire nefas, quem mihi, quem tibi
finem di dederint, Leuconoe, nec Babylonios
temptaris numeros. ut melius, quidquid erit, pati.
seu pluris hiemes seu tribuit Iuppiter ultimam,
quae nunc oppositis debilitat pumicibus mare
Tyrrhenum: sapias, uina liques, et spatio breui
spem longam reseces. dum loquimur, fugerit inuida
aetas: carpe diem quam minimum credula postero.

Horácio, Odes, I, 11


Não procures, Leuconoe, - ímpio será sabê-lo -
que fim a nós os dois os deuses destinaram;
não consultes sequer os números babilónicos:
Melhor é aceitar! E venha o que vier!
Quer Júpiter te dê ainda muitos Invernos,
quer seja o derradeiro este que ora desfaz
nos rochedos hostis ondas do mar Tirreno,
vive com sensatez destilando o teu vinho
e, como a vida é breve, encurta a longa esp'rança.
De inveja o tempo voa enquanto nós falamos:
trata pois de colher o dia, o dia de hoje,
que nunca o de amanhã merece confiança.

Trad. de David Mourão-Ferreira

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