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A mostrar mensagens de abril, 2006

Obituário

Na noite de passagem de sábado para domingo, morreu Jean-François Revel .

Abrilices

Leio no Jornal de Notícias que o BE decidiu protestar contra Rui Rio porque este condecorou, no passado 25 de Abril, o major-general Pires Veloso. Segundo o Bloco, estas condecoração é condenável porque, por um lado, Rio não condecorou qualquer "resistente antifascita" ou "militar de Abril", mas sim Pires Veloso um confesso "opositor ao movimento popular desencadeado no pós-25 de Abril". Não sou muito velho, andava no ciclo quando se deu o 25-A, mas lembro-me bem da arbitrariedades que o antecessor de Pires Veloso no cargo de comandante militar da Região Militar Norte cometeu durante o seu breve consulado (de Abril a Setembro), de seu nome Eurico Corvaco. Se calhar, o Bloco prefiriria que Rui Rio condecorasse Corvacho, esse sim, um verdadeiro militar de Abril pois até mandou prender pessoas sem qualquer justificação apenas porque as achava contra-revolucionárias. Ah, já me esquecia, parece que a oposição ao "movimento popular desencadeado no pós-25 de

Liberdade

Ai que prazer Não cumprir um dever, Ter um livro para ler E não o fazer! Ler é maçada, Estudar é nada. O sol doira Sem literatura. O rio corre, bem ou mal, Sem edição original. E a brisa, essa, De tão naturalmente matinal, Como tem tempo não tem pressa... Livros são papéis pintados com tinta. Estudar é uma coisa em que está indistinta A distinção entre nada e coisa nenhuma. Quanto é melhor, quando há bruma, Esperar por D. Sebastião, Quer venha ou não! Grande é a poesia, a bondade e as danças... Mas o melhor do mundo são as crianças, Flores, música, o luar, e o sol, que peca Só quando, em vez de criar, seca. O mais do que isto É Jesus Cristo, Que não sabia nada de finanças Nem consta que tivesse biblioteca... Fernando Pessoa

Campeões, campeões, etc., etc.

Este ano já está. Agora, é ganhar a Taça.

Polémicas literárias e tradução...

O Da Literatura é um blog que leio com regularidade, embora, confesso, desconheça quase por completo a produção literária do Eduardo Pitta ou do Jorge Melícias, por exemplo. A razão é simples, normalmente interesso-me mais por produções literárias do passado do que aquilo que se faz contemporaneamente.Quanto ao blog, é um dos mais interessantes que conheço. Ontem, Jorge Melícias colocou um artig o de resposta a um comentário que o José Mário Silva fez no suplemento 6.ª do Diário de Notícias à tradução de Melícias dos "Conselhos aos Jovens Literatos" de Baudelaire. E o que dizia JMS (destaques meus)? Ao recuperar estes Conselhos… , o poeta Jorge Melícias n ão se limitou a traduzir com pouco esmero – e alguns erros de palmatória – um texto menor e quase juvenil de Baudelaire (publicado em 1846, quando o autor de As Flores do Mal andava pelos 25 anos). Ao desmascarar o “escritor maldito” que se revela um “burguês usurário e sem escrúpulos, alguém que confunde literatura com

Caça às bruxas? Mas, afinal, quem a faz?

Há uns dias atrás, António Dornelas, citando um artigo do The Guardian , fez uma entrada chamada Um novo McCarthismo , a propósito de uma suposta caça às bruxas feitas por grupos conservadores aos professores progressistas nas universidades norte-americanas. Um dia depois, Joana Amaral Dias, citando o mesmo artigo, publica uma entrada chamada O novo Mccartismo , a propósito de uma suposta caça às bruxas que os conservadores fazem aos professores progressistas nas universidades norte-americanas. Digo suposta caça às bruxas, mas apenas pelo facto de ser mencionado como autores os conservadores e vítimas os progressistas. Por que se eles querem ver caça às bruxas a sério então o sentido é diferente: são, habitualmente, os progressistas (mais os seus aliados de ocasião, activistas da mais diversas causas fracturantes e islamistas) que procuram impedir o "free speech" dos conservadores, apelidando-o de "hate speech" apenas por que não concordam com eles. É que para os pr

Disparates mediáticos...

Hoje, durante todo o dia ouvi um grande disparate, repetido ad nauseam pelas televisões e não só: O Vaticano tinha criado mais três pecados. O disparate repercutiu-se depois pela Internet, p. ex. o Diário Digital intitula a notícia desta forma: Vaticano actualiza lista dos pecados modernos . Ora, só pode dizer isto, ou andar a espalhar isso, quem nada percebe do assunto. Primeiro, o cardeal Francis Stafford não é o Vaticano, e apesar das suas altas funções, não pode falar pelo Vaticano. Segundo, o modo como foi transmitida a mensagem: foi durante uma homilia. Não é, obviamente, qualquer tipo de documento oficial vindo do Vaticano, aprovado pelo Papa. É apenas uma reflexão de um cardeal sobre o sacramento da confissão (ou da penitência). E a afirmação tão glosada, até à exaustão, pela imprensa tem um contexto. Por isso, talvez não fosse mal que os jornalistas antes de escreverem disparates lessem os documentos os textos completos antes de macaquearem as notícias. Por isso, nada melhor d

Lapsus calami

Ao ler a entrada Critérios Nebulosos do Paulo Gorjão, em que ele muito certeiramente critica o nosso MNE, salta-me à vista a seguinte frase: Porquê pronunciar-se sobre Taiwan e não, por exemplo, sobre as recentes declarações do Hamas que deixam antever uma mudança histórica de posição? Provavelmente, Paulo Gorjão estava a referir-se a uma carta que Mahmud al-Zahar, ministro dos negócios estrangeiros do Hamas, enviou ao secretário-geral das Nações Unidas em que admitiria uma solução de dois estados para o conflito israelo-palestiniano. Só que, tenham calma, ó gentes, o Hamas, corrigiu rapidamente o tiro (provavelmente para maior descanso dos anti-semitas deste mundo) e veio dizer que afinal a carta enviada foi a carta errada : But a Hamas official in Gaza told Reuters the wrong letter had been sent. The official said Zahar made changes to an initial draft of the letter, such as deleting references to the two-state solution. The older version was mistakenly sent. Earlier, Zahar angrily

Informação

No meu outro blog, Humanae Litterae , a primeira parte de um texto sobre o poeta romano Gaio Valério Catulo (séc. I a.C.). Espero que gostem. Amanhã seguir-se-á a segunda parte.

Emigração, Freitas e Canadá

As coisas que a gente aprende a ver televisão: no programa Opinião Pública da SIC Notícias, ontem à tarde, o convidado - alguém que é emigrante em França -, a propósito dos portugueses expulsos do Canadá, decide afirmar que era bom que os portugueses tomassem consciência de que o actual governo do Canadá era de extrema-direita. Isto é, o governo canadiano decida aplicar a lei, que já tem cerca de 10 anos, e é logo apelidado de extrema-direita. Lá por serem conservadores têm que ser logo apelidados de extremistas? Ao que parece no ano passado, no Canadá, já foram expulsos várias dezenas de portugueses. Ouvi Freitas do Amaral dizer que o governo canadiano pretende manter o mesmo ritmo de expulsões do passado e que a comunidade portuguesa é apenas a sétima mais atingida. Mas, conforme o tempo vai passando vai-se sabendo mais sobre o caso. Então não é que a maioria das pessoas que foram agora expulsas, declararam-se junto das autoridades canadianas como refugiados, invocando muitos deles a