Emigração, Freitas e Canadá

As coisas que a gente aprende a ver televisão: no programa Opinião Pública da SIC Notícias, ontem à tarde, o convidado - alguém que é emigrante em França -, a propósito dos portugueses expulsos do Canadá, decide afirmar que era bom que os portugueses tomassem consciência de que o actual governo do Canadá era de extrema-direita.

Isto é, o governo canadiano decida aplicar a lei, que já tem cerca de 10 anos, e é logo apelidado de extrema-direita. Lá por serem conservadores têm que ser logo apelidados de extremistas? Ao que parece no ano passado, no Canadá, já foram expulsos várias dezenas de portugueses. Ouvi Freitas do Amaral dizer que o governo canadiano pretende manter o mesmo ritmo de expulsões do passado e que a comunidade portuguesa é apenas a sétima mais atingida.

Mas, conforme o tempo vai passando vai-se sabendo mais sobre o caso. Então não é que a maioria das pessoas que foram agora expulsas, declararam-se junto das autoridades canadianas como refugiados, invocando muitos deles a perseguição religiosa? Que muitos destes processos já corriam há alguns anos e que já era provável que o resultados fosse negativo para a pretensão destes portugueses? Quea final o prazo nãp foi assim tão curto como isso, pois este último prazo foi apenas o aviso final de expulsão, tendo anteriormente havido outros e que, muitos, ja sabiam há quase um ano que o asilo lhes ia ser negado? E o que fizeram entretanto? Continuaram como se nada fosse.

Muitos destes emigrantes foram ficando no Canadá com a esperança que o anterior primeiro-ministro cumprisse uma vaga promessa (se calhar nem promessa foi) de uma nova legalização extraordinária. Ora, esta mania das legalizações extraordinárias, já se viu, só vem agravar o problema, nunca resolvê-lo. As pessoas ficam sempre com a ideia que vai haver uma próxima vez e, assim, mandam a lei dar uma volta.

Por fim, o que foi Freitas do Amaral fazer ao Canadá? Se foi para obter informações, então o que estão a fazer os nossos diplomatas por lá? A passear? O facto é que os nossos emigrantes se queixam de não ter por lá qualquer apoio pelos diplomatas. Parece-me que ele foi lá apenas e só porque o assunto ganhou dimensão mediática e ele foi atrás dessa agenda...

Assim, foi apenas uma viagem triste.

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