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A mostrar mensagens de setembro, 2006

O mundo permanece em silêncio

Nuno Guerreiro faz autêntico serviço público e traduz um artigo de Ben Dror Yemini, no diário israelita Ma'ariv , onde se apresentam algumas questões pertinentes sobre o conflito israelo-árabe. Eis um pequeno excerto: Por que razão não existe uma ligação entre os factos e os números e a muito demoníaca imagem de Israel no mundo? Há muitas respostas possíveis. Uma delas é que a moral do Ocidente tornou-se a moralidade das câmaras de televisão. Se um terrorista palestiniano ou do Hezbollah lançar um míssil por entre habitações civis, e Israel retaliar – causando, imagine-se, a morte de duas crianças –, haverá inúmeras manchetes e artigos por todo o mundo clamando que “Israel assassina crianças”. Mas se aldeias inteiras são destruídas no Sudão, ou se cidades inteiras forem arrasadas na Síria, não haverá câmaras de televisão na zona. E assim, de acordo com a moralidade televisiva, José Saramago e Harold Pinter assinarão uma petição protestando contra o “genocídio” e os “crimes de gue

Boa pergunta

Aznar pregunta por qué los musulmanes no piden perdón por ocho siglos de ocupación .

Mais virgens ofendidas...

Por vezes, os clubes grandes de Lisboa, ali para os lados da 2.º Circular, parecem o Bloco de Esquerda do futebol: estão sempre prontos a apontar o dedo aos outros por falta de ética, sempre prontos a dar aos outros lições de moral, do alto das suas cátedras. E, volta não volta, quando por acaso são prejudicados pelos árbitros (o que se calhar não acontece tantas vezes como nos querem crer), desatam em berraria desenfreada. Esta semana, é a vez do Sporting que, como se sabe, foi prejudicadono seu último jogo com o Paços de Ferreira, apenas porque um jogador do Paços achou que o andebol era um desporto mais adequado à situação. Vai daí, leio hoje no Record (destaques meus): a participação disciplinar que o Sporting irá preparar – dependente do relatório do árbitro – deverá abordar o golo com a mão de Ronny e alegados penáltis sobre Moutinho e Liedson. A conduta do juiz, que terá saído de campo esboçando leve sorriso, conforme assegura fonte próxima da SAD , será igualmente referida. As

Da invisibilidade do tradutor...

... queixa-se o Eduardo Pitta nesta entrada . Infelizmente, isto ainda vai acontecendo, não sei se por desconhecimento do que é o trabalho do tradutor, se por outro motivo qualquer, mas não quero pensar que seja por considerarem o trabalho de tradutor como algo de secundário (é aquele tipo que passa de uma língua para outra, como se essa passagem fosse quase mecanizada)... Post scriptum: sobre tradução literária e não literária escrevi há uns tempos um texto que pode ser encontrado aqui .

E dizem eles que são uma religião de paz...

Pronto, como era de esperar os muçulmanos, a "rua árabe" e sabe-se lá mais o quê ficaram muito ofendidos com o discurso de Bento XVI na Universidade de Ratisbona. Ofendidos porquê? Por o Papa ter uma visão diferente sobre o Islão daquela que os própios muçulmanos têm? Mas qual é a surpresa? Afinal o Papa é católico, pelo que não tem que acreditar nem numa única vírgula daquilo que é dito no Alcorão, nem sequer considerar Maomé como profeta. O Papa tem todo o direito de ter uma opinião sobre o Islão. O problema é que os muçulmanos (e aqui não distingo entre moderados e radicais , pois o clamor foi em todo o mundo islâmico) não querem aceitar uma única crítica ao Islão e ficam ofendidas com qualquer interpretação que seja diferente da deles. Vai daí, põem-se atirar bombas a igrejas (católicas ou não), a queimar efígies do Papa, apreender jornais com o discurso do Papa, etc., etc. Quando é que se viu, nos últimos tempos, cristãos a atacarem mesquitas por vingança contra os muçul

Bento XVI e o Islão

Muito se tem falado da visita do Papa à Baviera, sobretudo pela ideia passada por alguma imprensa, certamente com problemas de literacia, que o Papa teria dito que "a teoria da evolução é irracional". Obviamente que a leitura da homília da missa em Ratisbona (disponível no sítio do Vaticano ) esclarece definitivamente quem souber ler (e não for preguiçoso intelectual, que é o que acontece com muitos dos nossos jornalistas - parecem tradutores do que vem nas agências). Mas não é disso que quero agora falar, pois esse assunto foi já abordado aqui e aqui ou ainda aqui . No mesmo dia, mas na Aula Magna da Universidade de Ratisbona, onde o Papa deu aulas de teologia nos anos 70, o Papa, não tão veladamente como isso, fala da Jihad (ou guerra santa), bem como de maomé, utilizando para isso as palavras do Manuel II Paleólogo, imperador do Oriente entre 1391 e 1425 (e antepenúltimo imperador de Constantinopla) numa conversa que este teve com um persa sobre o Cristianismo e o Islão

O dia em que morreu um ditador...

... mas que deixou a sua ditadura com vida. Há 30 anos atrás, a 9 de Setembro de 1976, morreu Mao. Obviamente que, nesse dia, eu não fui um dos que chorou a sua morte. Mao foi um terrível ditador responsável por milhões de mortes resultantes da tirania que implantou na China e das suas ideias loucas como o Grande Salto em frente ou da Revolução Cultural. Aliás, como diz este editorial do Le Figaro de hoje de Pierre Rouseelin (destaques meus): Chez nous, trente ans après, il est difficile de comprendre comment Mao a pu envoûter toute une génération d'intellectuels de gauche. D'avantage que le sursaut nationaliste bien compréhensible des origines, ce fut, à partir des années 1956-1957, avec les Cent Fleurs et la radicalisation qui s'en suivit, la quête d'une «voie chinoise» qui fascina bien des esprits. Et c'est précisément cette dérive qui conduisit la révolution maoïste à ses pires excès. Des débordements que personne ne pouvait ignorer. De facto, muita gente, sup

Afinal, sempre estiveram lá...

O camarada Jerónimo lá acabou por confessar que elementos da FARC estiveram na Festa do Avante. Afinal, o PCP só discorda da FARC em pequenos pormenores, isto é, questões de método (fuzila-se ou enforca-se?, rapta-se ou mata-se já, etc.), o resto, o ideário (que é acorrentar o povo a uma ditadura do proletariado) até é bom. Para quem tivesse ilusões sobre o PCP ser ou não um partido democrata, penso que a resposta está cabalmente dada. De qualquer modo, eles até têm um conceito diferente de terrorismo (supõe-se que é do génerO: tudo o que Israel ou os EUA fazem é mau, tudo o que os kamaradas fazem é bom - só o método, coisa de somenos - é que poderia ser diferente). E têm estes gajos a lata de quererem vir dar lições de moral ao pessoal.

C'est en septembre

Les oliviers baissent les bras Les raisins rougissent du nez Et le sable est devenu froid Oh blanc soleil Maitres baigneurs et saisonniers Retournent à leurs vrais métiers Et les santons seront sculptés Avant Noël C'est en septembre Quand les voiliers sont dévoilés Et que la plage, tremblent sous l'ombre D'un automne débronzé C'est en septembre Que l'on peut vivre pour de vrai En été mon pays à moi En été c'est n'importe quoi Les caravanes le camping-gaz Au grand soleil La grande foire aux illusions Les slips trop courts, les shorts trop longs Les hollandaises et leurs melons De cavaillon C'est en septembre Quand l'été remet ses souliers Et que la plage est comme un ventre Que personne n'a touché C'est en septembre Que mon pays peut respirer Pays de mes jeunes années Là où mon père est enterré Mon école était chauffée Au grand soleil Au mois de mai, moi je m'en vais Et je te laisse aux étrangers Pour aller faire l'étranger moi-même So