Mudança de instalações (novamente)
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Volto assim ao Sapo, esperando que desta vez ele cumpra as promessas de melhor serviço.
Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29,79) Um blog de Rui Oliveira
Os ambientalistas, tal como os os fanáticos religiosos, reagem irracionalmente às heresias.E como reagem irracionalmente a quaisquer heresias, querem-nas castigar. Assim, um tal David Roberts não hesita em propor uma espécie de tribunal de Nuremberga para todos aqueles que que pertençam à "denial industry", só que aqui os negacionistas não são aqueles que negam o holocausto, mas todos aqueles que, por um ou outro motivo, são cépticos quanto à esta questão do "aquecimento global", sobretudo, no que diz respeito às suas origens antropogénicas.
Na tradução, diz-se, há-de ouvir-se a língua de origem. E é inegavelmente bonita a maneira como o inglês de Shakespeare vai desfilando paralelo ao português de Sophia. Mar porquê pôr as personagens a falar inglês com palavras semiportuguesas naquela maneira "encore bien que je te trouve" ("ainda bem que te encontro") de que nos ríamos, alameda da Universidade abaixo? É nessa língua (o "portinglês") que ouço agora teatro. De palco em palco, as traduções parecem ser feitas, por computador, sem língua que as sustente, palavra a palavra, como se isso fosse fala. (...)Por outro lado, JSM critica a "crítica", quando encontra:
Num [jornal], a propósito de um actor italiano, diz-se que "recita de memória" ("recitare a memoria" = "dizer de cor"); noutro, fala-se de "jóia" que o encenador via no texto (singular tradução de "gioia", "joie", "joy". Em português, ficou "júbilo", mas, trazido de outras terras, dizemos "alegria"). (...)
Uma jornalista escreve que "se morre de pé. como as aves" (terá ouvido mal a gravação, aceite-se; mas onde terá visto, nem que fosse um flamingo, morrer de pé? É que a frase termina com "árvores", no original de Casona que Palmyra celebrizou com o seu trémolo);
... o último número do "Mouvement", quando não o "press-release" alinhavado pela produção para o "Festival d'Automne" e reproduzido toscamente. Será por isso que a "crítica" (?) parece preferir debruçar-se sobre espectáculos, exposições, filmes, "eventos" já criticados naquele imenso "lá fora", para repetir o que já foi escrito, estilo "copy+paste"?De facto, não são só os estudantes que vão à net fazer cópias para os seus trabalhos académicos. Pensar pela própria cabeça, implica esforço e é sempre mais fácil escrever quando se encontra a "papinha feita".
A monarquia é uma espécie em vias de extinção, que sobrevive em nichos dispersos procurando adiar o descalabro.Também Cícero dizia (A República II.30.52):
Passados então esse duzentas e quarente anos de realeza (ou um pouco mais, com os interregnos), e depois da expulsão de Tarquínio, foi tal o ódio que o povo romano tomou ao título de rei, quanto a saudade que sentira depois da morte, ou melhor, da partida de Rómulo. De tal modo que, tal como então não poderia estar privado de um rei, agora, após a expulsão de Tarquínio, não podia ouvir o nome de rei.Sabe-se o que seguiu, embora Augusto tenha tido o cuidado de manter a fachada das instituições republicanas. Não sei se daqui a duzentos anos a forma monárquica não estará em alta, quando agora está em baixa. Não tenho ideia de que a história seja uma linha recta de contínuo progresso.
Aquilo que foi é aquilo que será;Embora eu não acredite nesta sensação de eterno retorno, marcado pela ascensão e quedas de Impérios, não posso, de modo algum, pensar no tempo em termos de linearidade absoluta, numa marcha inexorável em direcção ao progresso. É uma visão demasiado optimista da humanidade que não posso partilhar.
aquilo que foi feito, há-de voltar a fazer-se:
E nada há de novo debaixo do Sol!
Se de alguma coisa alguém diz:
«Eis aí algo de novo!»,
ela já existia nas eras que nos precederam.
A República que hoje existe em Portugal pouco tem que ver - felizmente - com aquela que foi implantada a 5 de Outubro de 1910 e durou até 1926, a chamada I República. Porque é que uma democracia pluraista insiste em fazer feriado em memória de um regime que, pelos padrões do princípio do século XXI, não foi democrático nem pluralista?"De facto, pouco há a comemorar na 1.ª República... de qualquer modo:
But in many places there is a growing realisation that freedom of expression is not absolute but needs to be governed by a sense of social responsibility. To elevate one right above all others is the hallmark of the single-issue fanatic. Sometimes it is wise to choose not to exercise a right.Sim, o respeitinho é muito lindo, mas só em relação a alguns (afinal ninguém pediu sensibilidade quando um "artista" pôs um crucifixo dentro de um frasco de urina)... Pode dizer-se que nenhum direito é absoluto, mas o que quer ele dizer que esse direito tem que ser "governed by a sense of social responsability"? Para mim, neste caso, não é mais do que a censura comunitária, isto é, impedir o indivíduo de exercer um direito em nome de um "bem público" abstracto e totalitário. Mais um a apelar à moderação. Além de que o conceito de "responsabilidade social" tem muito que se lhe diga...
Such corrections were damaging to the Pope's image among Catholics of infallibility.Néscio. Se ele lesse, por exemplo, o Catecismo da Igreja Católica poderia ler:
891. «Desta infalibilidade goza o pontífice, chefe do Colégio episcopal, pelo lugar próprio que ocupa, quando na qualidade de pastor e doutor supremo de todos os fiéis, e encarregado de confirmar na fé os seus irmãos, proclama, por um acto definitivo, um ponto de doutrina respeitante à fé ou aos costumes. (...)».O Papa não tem qualquer infalibilidade em matéria política, por exemplo, e mesmo em matéria de fé e costumes, só quando faz declarações ex-cathedra, o que não foi manifestamente o caso da Universidade de Ratisbona.