Transparência

O conflito israelo-árabe (não, o problema não é apenas israelo-palestiniano) é bastante mais complexo do que muitos nos querem fazer crer (isto é, aqueles que pensam do género Israel=maus e palestinianos=bons).

Se do lado de Israel os partidários do Grande Israel são cada vez menos e a maioria da população anseia, sinceramente, a paz, do lado palestiniano as coisas são um pouco mais complexas. Em primeiro lugar, acredito, também, que a maioria dos palestinianos gostariam mais de viver em paz do que em guerra. Mas, da parte dos seus dirigentes, tenho já dúvidas de que isso aconteça.

E a entrevista que Khaddoumi (que substituiu Arafat na liderança da Fatah) deu à televisão Al Aram do Irão é de uma cristalina clareza no que diz respeito ao pensamento de alguns dirigentes palestinianos quanto à possibilidade de resolução do conflito. E que disse ele?

Que os palestinianos , numa primeira fase, aceitariam um estado palestiniano ao lado de Israel, mas que, com o passar dos anos, elimariam o estado de Israel. Claro, clarinho com água. Para quem tem dúvidas quanto à má-fé com que alguns palestinianos negoceiam a paz, penso que terão ficado esclarecidos. Lembrem-se de que esta era uma organização dirigida por Arafat.

E pelo que diz a dita notícia, este plano palestinianos foi estabelecido já em 1974. Transcrevo parte da notícia:

"At this stage there will be two states," Khaddoumi told Iran's Al Aram television. "Many years from now, there will be only one."

Khaddoumi, who regards himself as Palestinian foreign minister, said he was confident that Israel would be eliminated. He said he always opposed Israel's existence and cited the Arab numerical superiority over the Jewish state.

"[There are] 300 million Arabs, while Israel has only the sea behind it," Khaddoumi said.

Khaddoumi said his platform was endorsed by the PLO in 1974. He said the strategy called for a phased plan that would establish authority over any territory obtained from Israel, concluding with an Arab war to destroy the Jewish state.

Assim se vê que, nos mais elevados postos de organizações palestinianas, há quem pense na destruição do estado Israel. Será que há gente que ainda não percebeu que Israel, antes de mais, luta pela sua sobrevivência?


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