Direitos humanos

Nesta sua visita à China, o nosso presidente Sampaio evitou falar de direitos humanos, obviamente com receio de incomodar os seus anfitriões chineses. Até aí, Sampaio não inventou nada, fez o mesmo que Chirac e companhia:

A China é muito grande e ninguém quer ter chatices com ela. Isto de exigir o respeito pelos direitos humanos é só para com países pequenos e/ou ocidentais. Os outros que se lixem, aguentem-se como podem.

Não sei se, quem assim procede ainda tem legitimidade para falar de Guantanamo (que é, independentemente de tudo, um escândalo e indigno de uma democracia).

Por outro lado, não ouvi o coro de protestos daquelas organizações defensoras dos direitos humanos. Será que se fosse Santana Lopes a proferir estas declarações, não se teriam ouvido já as virgens ofendidas?

Que ninguém se esqueça que a China continua a ser uma ditadura comunista, responsável por milhões de mortos no passado (por exemplo, com o Grande Salto em Frente ou a Revolução Cultural), que muitos dos seus actuais dirigentes devem ter andado de livrinho vermelho na mão a perseguir os transviados e que o seu povo continua a sofrer as grilhetas da opressão, não esquecendo a ocupação de um país estrangeiro, o Tibete, há meio século conquistado pela China.

Enfim..., coisas da política.

Comentários

Marco Oliveira disse…
Pois eu também não ouvi qualquer referência ao Tibete durante esta visita.
De qualquer forma, ouvi o nosso Presidente a aconselhar os estudantes chineses: "Desconfiem dos políticos!". E acrescentou que daria o mesmo conselho aos estudantes portugueses.

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