Futebol e tecnologia

Bem, vamos lá fazer mais um incursão ao mundo do futebol, mas não vou falar do Apito Dourado ou outras coisas assim. Vou falar de golos que entram mas não são considerados.

Certamente que toda a gente se lembra do barulho que houve no último Benfica-Porto, por um possível golo não considerado a favor do Benfica. A bola terá (digo terá porque não estou convencido, mas até posso acreditar que tenha entrado, não é esse o problema) entrado totalmente na baliza de Baía antes deste a ter atirado para fora. O que não se pode pode negar é que o árbitro e o árbitro assistente, na posição em que estavam, não poderiam, humanamente, ter certezas quantoao que realmente aconteceu.

Agora, no Manchester United-Tottenham aconteceu um caso bem mais escandaloso, pois a bola, chutada por Pedro Mendes a mais de 50 metros, passou a linha de golo em cerca de um metro e, nem mesmo assim, o golo foi considerado, porque a equipa de arbitragem afirmou não ter hipótese de - a partir da zona do campo onde estava - poder certificar que a bola tivesse entrado mesmo.

Linesman Rob Lewis defended himself on Wednesday saying he would have had to have run as fast as former Olympic 100 metre champion Linford Christie to spot whether the ball had crossed the line.

"The Spurs player had a pop shot from distance and I was doing my primary job which was to stand in line with the last defender and watch for an offside.

"When the ball landed I was still 25 yards from goal and it was impossible to judge if it had crossed the line.

"There was nothing I could have done differently apart from run faster than Linford Christie."


De facto, o que aconteceu foi, não um erro deliberado, mas uma impossibilidade humana de ter a certeza de que algo aconteceu. Todo aquele barulho que o Benfica fez, com DVD para o governo, ameaças de exposição à FIFA, etc. era perfeitamente escusado, até porque um responsável da FIFA, Markus Siegler a propósito deste último caso, declarou:

"FIFA is strongly against the use of video evidence to decide the referees' decisions.

"The only thing that could be considered is the technology to decide whether the ball has crossed the line or not if -- and so far it is not the case -- a suitable technological solution is found.

"We just have to accept the decision last night of the referee and his assistant. There is no point arguing about that. It's part of football."

Por aqui se vê o acolhimento que a FIFA teria feito à pretensa reclamação benfiquista. De qualquer modo, o futebol, para além de um jogo, é também um grande negócio que movimenta milhões de euros e que não pode ver casos como estes repetidos com muita frequência, sob risco de se descredibilizar.

A bola está agora do lado da FIFA. Uma solução tecnológica precisa-se.

Comentários

Anónimo disse…
ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE OSTEOPOROSE

Vimos por este meio exigir a Retirada Imediata da Fotografia do Dr. Sá Carneiro do Poster do PSD, para não lhe destruir os Ossos!

Mais Informações na sua

R.I.A.P.A.


www.riapa.no.sapo.pt
Anónimo disse…
Engraçado que o comentário atento do Cantinho do Hollingan tenha manifestado tão pronto apoio à posta em causa.
Acontecem três coisas interessantes:

Em primeiro lugar não vejo porque é que não se adopta no futebol uma medida tão simples como a do rugby. Nestes casos e, sublinho, apenas nestes casos quando o arbitro tem duvidas recorrer ao vídeo. Acontece apenas que os dirigentes do rugby são mais atentos, menos conservadores e prezam mais, quer a verdade do jogo, quer o correcto julgamento por parte dos arbitros;
Em segundo lugar depois da ampla divulgação de fotografias e videos da bola dentro da baliza do Baía o Rui Oliveira, eu diria espantosamente, continua com dúvidas (vidé primeiro paragrafo).
Em terceiro lugar é verdade que o fiscal de linha não é o Lindford, mas está implicitamente a reconhecer que não é capaz de julgar correctamente a observação das leis do jogo.
Anónimo disse…
"Sócrates é de compreensão muito lenta. Dá a ideia de que por ser mais sensível noutro lado, só caga sentenças" - Quitéria Barbuda in "Invertido na Política", Revista "Espírito", nº 5, 2005.

“Um Projecto para Lisboa
Tem como cabeça de cartaz um cidadão que um dia foi apanhado na cama com a mulher de outro, em sexo oral, pelo marido desta, e foi para o Conselho de Ministros com um “olho à Belenenses” e um testículo inchado”- John Holmes in “Ratas Intelectuais”, Revista “Gina”, nº 1024, 2005.

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