In memoriam
Já no ano passado evoquei a passagem de mais um aniversário da morte de Torga. Este ano, no 10º aniversário da sua morte, volto a evocá-lo, pois, para mim, trata-se, depois de Pessoa e juntamente com Vergílio Ferreira, o escritor português contemporâneo que mais admiro.
De toda a sua obra, gosto particularmente da sua poesia, pois, talvez por inclinação (como dizia Virgílio trahit sua quemque uoluptas), talvez por ter lido muita prosa quando mais novo, nos últimos anos tenho lido muito mais poesia.
Aproveitando esta ocasião, homenageio, por Torga interposto, Cervantes, pois ontem passaram 400 anos da 1.ª edição do seu monumental D. Quixote.
Cervantes
O génio é humilde como a natureza.
É também numa lenta e obscura
Tenacidade
Que realiza
Os milagres que faz...
Num apagado esforço pertinaz,
A partir dum lampejo de ironia,
Transforma dia a dia,
Hora a hora,
O louco temporal que em mim vivia
No louco intemporal que vive agora.
Miguel Torga, Os Heróis
De toda a sua obra, gosto particularmente da sua poesia, pois, talvez por inclinação (como dizia Virgílio trahit sua quemque uoluptas), talvez por ter lido muita prosa quando mais novo, nos últimos anos tenho lido muito mais poesia.
Aproveitando esta ocasião, homenageio, por Torga interposto, Cervantes, pois ontem passaram 400 anos da 1.ª edição do seu monumental D. Quixote.
Cervantes
O génio é humilde como a natureza.
É também numa lenta e obscura
Tenacidade
Que realiza
Os milagres que faz...
Num apagado esforço pertinaz,
A partir dum lampejo de ironia,
Transforma dia a dia,
Hora a hora,
O louco temporal que em mim vivia
No louco intemporal que vive agora.
Miguel Torga, Os Heróis
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