Notas soltas
Hoje, como de costume, li o Jornal de Notícias, mas como estava à espera que a aula de natação da minha filha mais velha acabasse, e tinha algum tempo, ao contrário do que meacontece à semana, tirei umas notas daquilo que achei mais interessante, entre as notícias do maremoto e as política nacional.
Muito mentiroso
As investigações sobre o extinto blogue Muito Mentiroso levaram à Polícia Judiciária ao Correio da Manhã. A mim, completamente leigo nesta matéria, surpreende-me um pouco. Mas, parece-me interessante se se confirmar esta suspeita.
Arte moderna
Mais um caso. Uma parte de um peça de escultura numa exposição foi parar ao lixo devido ao zelo de uma empregada de limpeza. Para além do carácter ridículo da questão, que se repete, e não só em Portugal, como o diz a própria notícia, talvez estes factos nos devessem reflectir sobre o que é a arte.
Não vou, neste momento, entrar por essa discussão, por demais complexa e também por haver abundante bibliografia sobre o assunto. Também é certo que quando leio sobre este assunto, o faço sobretudo no domínio da literatura. Mas para que não fiquem dúvidas, não tenho um conceito apenas aristotélico da arte, em que a mimesis e a verosimilhança são a base da obra de arte. Mas tenho muitas dúvidas em qualificar como arte algumas das "obras" que vi expostos, sobretudo no campo das artes plásticas...
Já agora, e a jeito de blague, para quem quiser tentar, eis o conselho de Tristan Tzara (1896-1963), considerado como pai do dadaísmo, movimento surgido em Zurique, durante a I Guerra Mundial.
Pour faire un poème dadaïste
Prenez un journal
Prenez des ciseaux
Choisissez dans ce journal un article ayant la
longueur que vous comptez donner à votre poème.
Découpez l'article.
Découpez ensuite avec soin chacun des mots qui forment
cet article et mettez-les dans un sac.
Agitez doucement.
Sortez ensuite chaque coupure l'une après l'autre dans
l'ordre où elles ont quitté le sac.
Copiez conscieusement.
Le poème vous ressemblera.
Et vous voilà « un écrivain infiniment original et d'une
sensibilité charmante encore qu'incomprise du vulgaire ».
Tzara sabia do que falava.
"Nature Vs. Nurture"
Já para aqui escrevia algures no passado que não acredito que os comportamentos e orientações sexuais de homens e mulheres sejam apenas produto da educação que recebem. Obviamente que a educação e a sociedade tem influência, mas querer ignorar a influência da biologia parece uma negação da realidade.
Vem isto a propósito da estreia mundial no Porto da peça Hetero,
de Denis Lachaud (autor sobre o qual tudo e ignoro e não me parece que perca muito com isso) que afirmou que "a diferença entre o homem e a mulher é uma diferença cultural e não natural, como todos pensam". Tudo bem, problema dele.
Mais interessante, são as palavras do encenador, Francisco Alves, que "aponta a necessidade de o teatro "confrontar o público. Caso contrário, não serve para nada", afirma. "Enquanto criador, não acredito num teatro de entretenimento; para isso há a TV". Por isso, "Hetero" pretende agitar consciências."
Velho problema este da questão entre "arte pela arte" e "arte ao serviço de uma causa". Falso problema talvez. A este assunto voltarei com maior desenvolvimento no meu outro blog, o Humanae Litterae.
"Olha para o que digo, não olhes para o que eu faço"
É a única coisa que me lemra dizer acerca deste caso. Leis, contratos, ética, etc. tudo pela porta fora. A, agora ocorre-me outro ditado popular: "em caso de ferreiro, espeto de pau".
Bem, para notas soltas, escrevi um pouco de mais, não?
Muito mentiroso
As investigações sobre o extinto blogue Muito Mentiroso levaram à Polícia Judiciária ao Correio da Manhã. A mim, completamente leigo nesta matéria, surpreende-me um pouco. Mas, parece-me interessante se se confirmar esta suspeita.
Arte moderna
Mais um caso. Uma parte de um peça de escultura numa exposição foi parar ao lixo devido ao zelo de uma empregada de limpeza. Para além do carácter ridículo da questão, que se repete, e não só em Portugal, como o diz a própria notícia, talvez estes factos nos devessem reflectir sobre o que é a arte.
Não vou, neste momento, entrar por essa discussão, por demais complexa e também por haver abundante bibliografia sobre o assunto. Também é certo que quando leio sobre este assunto, o faço sobretudo no domínio da literatura. Mas para que não fiquem dúvidas, não tenho um conceito apenas aristotélico da arte, em que a mimesis e a verosimilhança são a base da obra de arte. Mas tenho muitas dúvidas em qualificar como arte algumas das "obras" que vi expostos, sobretudo no campo das artes plásticas...
Já agora, e a jeito de blague, para quem quiser tentar, eis o conselho de Tristan Tzara (1896-1963), considerado como pai do dadaísmo, movimento surgido em Zurique, durante a I Guerra Mundial.
Pour faire un poème dadaïste
Prenez un journal
Prenez des ciseaux
Choisissez dans ce journal un article ayant la
longueur que vous comptez donner à votre poème.
Découpez l'article.
Découpez ensuite avec soin chacun des mots qui forment
cet article et mettez-les dans un sac.
Agitez doucement.
Sortez ensuite chaque coupure l'une après l'autre dans
l'ordre où elles ont quitté le sac.
Copiez conscieusement.
Le poème vous ressemblera.
Et vous voilà « un écrivain infiniment original et d'une
sensibilité charmante encore qu'incomprise du vulgaire ».
Tzara sabia do que falava.
"Nature Vs. Nurture"
Já para aqui escrevia algures no passado que não acredito que os comportamentos e orientações sexuais de homens e mulheres sejam apenas produto da educação que recebem. Obviamente que a educação e a sociedade tem influência, mas querer ignorar a influência da biologia parece uma negação da realidade.
Vem isto a propósito da estreia mundial no Porto da peça Hetero,
de Denis Lachaud (autor sobre o qual tudo e ignoro e não me parece que perca muito com isso) que afirmou que "a diferença entre o homem e a mulher é uma diferença cultural e não natural, como todos pensam". Tudo bem, problema dele.
Mais interessante, são as palavras do encenador, Francisco Alves, que "aponta a necessidade de o teatro "confrontar o público. Caso contrário, não serve para nada", afirma. "Enquanto criador, não acredito num teatro de entretenimento; para isso há a TV". Por isso, "Hetero" pretende agitar consciências."
Velho problema este da questão entre "arte pela arte" e "arte ao serviço de uma causa". Falso problema talvez. A este assunto voltarei com maior desenvolvimento no meu outro blog, o Humanae Litterae.
"Olha para o que digo, não olhes para o que eu faço"
É a única coisa que me lemra dizer acerca deste caso. Leis, contratos, ética, etc. tudo pela porta fora. A, agora ocorre-me outro ditado popular: "em caso de ferreiro, espeto de pau".
Bem, para notas soltas, escrevi um pouco de mais, não?
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