Cavaco e as presidenciais

Segundo esta notícia do Público, Cavaco Silva "aposta numa maioria absoluta do PS nas legislativas de dia 20 e considera que esse é o melhor cenário para o lançamento da sua candidatura à Presidência da República."

Se assim é, não sei se Cavaco não está a apostar no cavalo errado. Como eu disse já várias vezes, sou militante de base do PSD há muitos anos, conheço muitos outros militantes que nunca ocuparam qualquer cargo, quer a nível de secção, concelhia ou distrital e que estão perfeitamente dispostos - diria mais, decididos - a não votarem Cavaco Silva caso apareça outro candidato no mesmo espaço político (por exemplo, Mota Amaral).

Eu votei em Cavaco em 1985, 1987 e 1991 nas legislativas (e não me arrependo, foi o melhor para o país) e nas presidenciais de 1996, mas eu também já decidi que só votarei em Cavaco para as presidenciais se for para impedir que a esquerda vença. De outra forma, o meu voto irá sempre para outro.

Cavaco se quer ser presidente dificilmente o será contra o PSD, mas está a fazer o que lhe é possível para pôr o PSD contra ele. Se está à espera de derrubar Santana depois das eleições de 20 de Fevereiro para ter uma direcção que lhe seja mais favorável, pode tirar o cavalinho da chuva, pois, tal como eu, nem assim muita gente lhe dará o seu voto.

Aliás, também não apoiarei uma nova direcção que inclua elementos que tenham sabotado o trabalho de Santana, pois se isso acontecer, quer dizer que os país estará entregue aos socialistas e isso, será sempre pior do que 10 Santanas juntos. Brinquem com o fogo e depois digam que não estavam avisados.

Comentários

António Viriato disse…
Ao que parece, Cavaco desmentiu a notícia do Público. Seria também ir longe de mais, para Cavaco, apostar na vitória de Sócrates, mas já é razoável responsabilizar a desastrada direcção de PSL e a canhestra actuação de Durão Barroso à frente do PSD e do Governo, que nada tiveram, nem com um, nem com outro, de prática social-democrática, antes de um atabalhoado neo-liberalismo de forte clientelismo em pseudo organizações políticas, como A Missão Portugal, Cumprir Portugal et caterva, que alojavam cortes de jovens aprendizes, sem competência, nem maturidade, mas sedentos de protagonismo e de conforto nas almejadas sinecuras políticas.
Quem pode fechar os olhos a isto ?

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