Sanidade mental reencontrada
Há uns meses atrás (estou com preguiça para encontrar o link), falei do caso de um pastor sueco, Ake Green, que por ter declarado, durante um sermão, que a homossexualidade era um "terrível tumor canceroso no corpo da sociedade" foi condenado a um mês de prisão no quadro de uma lei contra a incitação à violência. Um resumo do caso pode ser encontrado aqui.
Já escrevi várias vezes contra a tentação penal de criminalizar discursos politicamente incorrectos, sejam de que tipo for (homofóbicos, anti-semitas, racistas, etc.) Se aqui já me manifestei a minha reprovação pelas chamadas "leis de blasfémia", também não posso estar de acordo com leis do tipo "hate speech", que normalmente têm como tendência tentar eliminar os discursos que saem do politicamente correcto.
Em vez de se tentar criminalizar estes comportamentos, deve-se combatê-los pelos meios mais democráticos possíveis, isto é, pela força da argumentação. É que racismos & c.ª não desaparecem por decreto.
Por isso, não posso deixar de registar o facto de, na Suécia, a condenação do pastor Ake Green ter sido anulada por um tribunal de segunda instância. Segundo o tribunal:
The defendant, the Rev. Ake Green, had a right to preach "the Bible's categorical condemnation of homosexual relations as a sin," [...], even if that position was "alien to most citizens" and if Green's views could be "strongly questioned," according to news-service translations of the court's ruling.
Esta posição parece a única consentânea com a liberdade de expressão e defendo-a para toda a gente, incluindo aqueles que discordam de mim.
Só para dar um exemplo que está a fazer furor nos EUA nos últimos tempos, o caso do Prof. Ward Churchill que chamou àqueles que morrerem no 11 deSetembro em Nova Iorque "little Eichmanns" e que agora se demitiu da chefia do departamento que dirigia na sua faculdade e que enfrenta um possível processo de despedimento (ainda que não oficialmente ligado a esta sua afirmação), registo a defesa que dele fez a FIRE (Foundation for Individual Rights in Education) - uma organização que não morre de amores por Churchill pois politicamente está nos antípodas dele - em carta enviada à Universidade do Colorado que é concluida da seguinte forma:
Thomas Jefferson once said, “Error of opinion may be tolerated where reason is left free to combat it.” Professor Churchill’s opinions regarding September 11 have been utterly rejected by the public at large, have caused public figures from across the political spectrum to unite in their outrage against him, and have led many of his own colleagues to condemn his statements. If he intended to generate sympathy for terrorists, the effect has been the opposite. We need not fear his words, and we must not allow our anger to cause us to betray our deepest moral and legal principles. Indeed, it is most important that at times like these we defend our fundamental liberties. Liberty faces a far greater threat from a rejection of the First Amendment than it does from the opinions of Ward Churchill.
Estou farto de dizer que o politicamente correcto é totalitário pois quer controlar a linguagem e a expressão das pessoas. E já se sabe, quem quer controlar a expressão, contrala-lhes também o pensamento.
Já escrevi várias vezes contra a tentação penal de criminalizar discursos politicamente incorrectos, sejam de que tipo for (homofóbicos, anti-semitas, racistas, etc.) Se aqui já me manifestei a minha reprovação pelas chamadas "leis de blasfémia", também não posso estar de acordo com leis do tipo "hate speech", que normalmente têm como tendência tentar eliminar os discursos que saem do politicamente correcto.
Em vez de se tentar criminalizar estes comportamentos, deve-se combatê-los pelos meios mais democráticos possíveis, isto é, pela força da argumentação. É que racismos & c.ª não desaparecem por decreto.
Por isso, não posso deixar de registar o facto de, na Suécia, a condenação do pastor Ake Green ter sido anulada por um tribunal de segunda instância. Segundo o tribunal:
The defendant, the Rev. Ake Green, had a right to preach "the Bible's categorical condemnation of homosexual relations as a sin," [...], even if that position was "alien to most citizens" and if Green's views could be "strongly questioned," according to news-service translations of the court's ruling.
Esta posição parece a única consentânea com a liberdade de expressão e defendo-a para toda a gente, incluindo aqueles que discordam de mim.
Só para dar um exemplo que está a fazer furor nos EUA nos últimos tempos, o caso do Prof. Ward Churchill que chamou àqueles que morrerem no 11 deSetembro em Nova Iorque "little Eichmanns" e que agora se demitiu da chefia do departamento que dirigia na sua faculdade e que enfrenta um possível processo de despedimento (ainda que não oficialmente ligado a esta sua afirmação), registo a defesa que dele fez a FIRE (Foundation for Individual Rights in Education) - uma organização que não morre de amores por Churchill pois politicamente está nos antípodas dele - em carta enviada à Universidade do Colorado que é concluida da seguinte forma:
Thomas Jefferson once said, “Error of opinion may be tolerated where reason is left free to combat it.” Professor Churchill’s opinions regarding September 11 have been utterly rejected by the public at large, have caused public figures from across the political spectrum to unite in their outrage against him, and have led many of his own colleagues to condemn his statements. If he intended to generate sympathy for terrorists, the effect has been the opposite. We need not fear his words, and we must not allow our anger to cause us to betray our deepest moral and legal principles. Indeed, it is most important that at times like these we defend our fundamental liberties. Liberty faces a far greater threat from a rejection of the First Amendment than it does from the opinions of Ward Churchill.
Estou farto de dizer que o politicamente correcto é totalitário pois quer controlar a linguagem e a expressão das pessoas. E já se sabe, quem quer controlar a expressão, contrala-lhes também o pensamento.
Comentários