Notas soltas

O tempo não tem sido muito para dedicar aos blogues, mas mesmo assim não queria deixar de comentar alguns assuntos que se vão passando pelo mundo.

Aborto. Mais tarde ou mais cedo o assunto do aborto vai voltar à agenda política portuguesa (com ou sem referendo). A este propósito, aconselho a leitura de esta notícia. No ano passado, 32% das mulheres que fizeram um aborto em Inglaterra e País de Gales já tinham feito pelo menos um aborto no passado. De notar que a lei inglesa é das mais liberais, pois permite abortos até às 24 semanas, enquanto França e Alemanha vai só até às 12 semanas e a Suécia e Noruega é de 18 semanas. Blair recusou a diminuição do limite com o argumento de que não queria "criminalizar as mulheres". O motivo pelo qual as mulheres abortam repetidamente deveria fazer pensar e de qualquer modo mostra que o aborto não éé solução para nada.

Newsweek. Que haveremos de dizer deste "Abu Ghraib da imprensa"? A Newsweek relatou um caso de profanação do Alcorão em Guantanamo, que provocou protestos maciços em vários países muçulmanos que resultaram em pelo menos 17 mortos e dezenas de feridos, para além de ter, ainda mais, manchado a imagem dos EUA nesses países. Esta informação baseava-se na fuga de informação proporcionada por alguém no interior da administração que depois já não se lembrava se aquilo que tinha dito teria sido mesmo assim. Entretanto o mal já estava feito. Agora a Newsweek arrepende-se. Como se diz em português, "agora é tarde, Inês é morta". E a credibilidade da Newsweek também. A vontade de escrever qualquer coisa contra Bush leva-os a nem sequer verificar as alegações ou a acreditar cegamente em fontes anónimas.

Israel-Palestina. Os sermões de sexta-feira na televisão oficial da Autoridade Palestiniana são verdadeiramente elucidativos da dificuldade que será fazer a paz na região. E como se pode ver (versões em inglês e francês), a culpa não será, principalmente, dos israelitas enquanto a Autoridade Palestiniana continuar a tolerar e (provavelmente) fomentar este discurso de ódio contra os judeus (os manuais escolares palestinianos também são elucidativos). Abu Mazen tem ainda muito a fazer. Será capaz (ou, por outra, terá essa vontade)?

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