A França está a intervir em força na Costa do Marfim. Naturalmente que esta intervenção não é exactamente igual à dos norte-americanos no Iraque.
Mas parece-me muito claramente uma intervenção neocolonial. Já repararam que a grande maioria das intervenções da França (excluindo a ex-Jugoslávia e a Guerra do Golfo I)foram sempre em países anteriormente colonizados pela França ou sob influência francófona.
Parece-me realmente que a França tem uma forças armadas neocoloniais. Chirac não gosta de revoluções no jardim dele.
Se há uma coisa que nunca compreendi é toda a excitação que por vezes há nos meios de comunicação social portugueses acerca dos Óscares. É certo que eu não sou um grande amante de cinema, embora goste de ver aquilo que considero serem bons filmes. Sou que aquilo que considero bons filmes, frequentemente, não são os filmes mais vistos, nem os mais aplaudidos pela crítica (isto independentemente de se tratarem de filmes americanos, europeus ou de qualquer outra origem). Em resumo, o cinema está longe de ser a minha arte preferida. Todavia, apesar de o cinema não ser a minha arte preferida, nunca escreveria aquilo que escreveu Georges Duhamel (1884-1966), escritor francês, em Scènes de la vie future (1930): C'est un divertissement d'ilotes, un passe-temps d'illettrés de créatures misérables, ahuries par leur besogne et leurs soucis. C’est, savamment empoisonnée, la nourriture d'une multitude que les Puissances de Moloch ont jugée, condamnée et qu'elles achèvent d'...
Estava eu a ler a coluna do Jorge Silva Melo, no Mil Folhas de ontem, com o título acima, em que ele vai discorrendo sobre a tradução que por aí se pratica no teatro, quando a certa altura, ele escreve: "Na tradução, diz-se, há-de ouvir-se a língua de origem". Ia eu já rever todos os meus conceitos sobre tradução (a presença ou não da língua de origem na tradução é coisa responsável pelo abate de muitas árvores), o estatuto do texto original e essas coisas mais, mas com a leitura do texto até ao fim, pensei, para comigo, (não sabendo se essa era ou não a intenção original do autor, mas isso também não me interessa, pois como diz Pessoa, "E os que lêem o que escreve, / Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, / Mas só a que eles não têm."), que afinal, nos exemplos dados por JSM, ironicamente, a língua original não se ouvia apenas, estava era aos gritos. Escreve JSM: Na tradução, diz-se, há-de ouvir-se a língua de origem. E é inegavelmente bonita a maneira ...
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