Prémio Nobel da Literatura

Hoje será conhecido o prémio Nobel da literatura.Digo desde já que, para mim, é totalmente irrelevante, pois nunca comprei qualquer livro apenas por o seu autor ter sido premiado nessa ano com o prémio.

Mas, esta irrelevância do prémio passa também por o tipo de escritores que têm sido escolhidos, como é caso exemplar o da laureada do ano passado que, do pouco que li dela, é de uma enorme mediocridade. Aliás, já nem tenho o livro, não valia a pena (já tenho os livros fora das estantes, nem sei onde inventar mais espaço, pelo que o lastro inútil vai fora...)

Sei que no mundo da literatura será sempre muito difícil agradar a todos, ter uma decisão unânime, pois, habitualmente, não é só a literatura que está em apreço (tudo conta desde a ideologia, raça, religião, região geográfica, etc.). Mas, não faria mal o prémio Nobel ter critérios menos politicamente correctos e usar critérios um pouco mais literários.

De qualquer modo, é também irrealista pensar que os "sábios" da Academia Sueca sejam capazes de conhecer todos os escritores, ou que tenham lido uma parte substancial da obra de todos os escritores que fazem parte da lista do possíveis nobelizados. Por outro lado, ninguém no mundo tem a capacidade de conhecer todos os escritores do mundo ou o que se passa no mundo da literatura em todos os países do mundo.

Por isso, apesar de ser de longo o mais prestigioso, o prémio Nobel não é, senão, mais um prémio literário, com todas as qualidades e defeitos que daí advêm.

Post scriptum. A bolinha da sorte saiu a Harold Pinter. Que dizer? Nada, porque não posso falar daquilo que não sei. Conheço apenas superficialmente a sua obra e nunca vi nenhuma peça. Do que conheço, não me atraiu muito, pelo que nunca mais pensei em voltar a lê-lo. Estou errado? Talvez, mas vai ser difícil mudar de opinião.

Comentários

Anónimo disse…
Suspeito que o (grande) sector anglófilo da nossa sociedade se vá regozijar com o Nobel atribuído a Pinter.
Tal como aconteceu com Coetzee, um escritor que eu já havia lido quando ganhou o prémio, e ao qual não tinha reconhecido qualidades acima da mediania. Mas muitos disseram que era o único Nobel merecido da última década, etc, etc... Enfim, é a obsessão por tudo o que fala inglês...
(Atenção, não estou a colocar Pinter ao nível de Coetzee)
Também nunca me interessei por um escritor apenas por ter ganho o Nobel. A única excepção talvez tenha sido Imre Kertesz, mas isso tem mais a ver com Budapeste, cidade que adoro, e com o judaísmo. Por vezes o prémio tem essa virtude, chamar-nos a atenção para coisas que desconhecemos, mesmo quando andamos perto delas, como acontecia comigo, com Budapeste e com Kertesz.

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