Poema do dia

Coimbra, 14 de Maio de 1981.

REMEMORAÇÃO

Sim, a vida não presta.
Mas foi bonita a festa
Da mocidade.
O corpo são, a alma sã, e todos os sentidos
Na sua virgindade
Castamente despidos.

Lembrá-lo, agora, dá não sei que paz.
Esta paz medular
De já ter sido,
E ter sido capaz
De uma hora solar
Gravada a fogo no tempo perdido.

(Miguel Torga, Diário XIII)

Comentários

kaiser disse…
Parafraseando outro grande poeta:
"Tudo vale a pena, se a alma nao é pequena"
Gostei do blog.
www.auto-poetico.blogspot.com

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