91 anos
Hoje, Álvaro Cunhal completa 91 anos de idade. Para os mais novos ele já nada diz, para outros, como eu, ele era o agente da União Soviética em Portugal, que procurava fazer entrar Portugal na órbita soviética. Foi mal sucedido, mas pouco faltou para lançar o país numa guerra civil.
Passado este tempo, apesar da queda do muro (que péssimo 76º aniversário deve ter ele passado), Cunhal continua a acreditar na "construção da sociedade socialista" como se pode ver por este excerto do seu artigo O mundo de hoje (originalmente publicado no Avante de 6 de Novembro de 2003):
A questão que se coloca aos trabalhadores, aos povos e às nações é se tal ofensiva é irresistível e os trabalhadores, os povos e as nações estão condenados a submeter-se, ou se há no mundo forças capazes de se lhe oporem.
Os trabalhadores, os povos e as nações não podem aceitar que tal ofensiva global seja irreversível. E, se assim é, importa considerar se há e, havendo, quais são as forças capazes de impedir que o imperialismo alcance o seu supremo objectivo.
A nosso ver, são fundamentalmente:
Primeiro: Os países nos quais os comunistas no poder (China, Cuba, Vietname, Laos, Coreia do Norte) insistem em que o seu objectivo é a construção de uma sociedade socialista.
Apesar de ser por caminhos diferenciados, complexos e sujeitos a extremas dificuldades, é essencial para a humanidade que alcancem com êxito tal objectivo.
Segundo: os movimentos e organizações sindicais de classe, lutando corajosamente em defesa dos interesses e direitos dos trabalhadores.
Terceiro: partidos comunistas e outros partidos revolucionários, firmes, corajosos e confiantes.
Quarto: movimentos patrióticos, com as mais variadas composições políticas, actuando em defesa dos interesses nacionais e da independência nacional.
Quinto: movimentos pacifistas, ecologistas e outros movimentos progressistas de massas.
É no conjunto destas forças que pode residir e que reside a esperança de impedir a vitória final da ofensiva do capitalismo visando impor em todo o mundo o seu domínio universal e final.
Como se pode ver, para Cunhal, os regimes mencionados no primeiro ponto são perfeitamente legítimos e Cunhal deseja-lhes sucesso (não sei como, já se viu que o socialismo real falhou em toda a linha).
Se nos segundo e terceiros pontos não há surpresas, os quarto e quinto pontos são muito interessantes e explicam que contra a globalização vale tudo (e por isso vemos esquerdistas de origens e credos variados aliados a movimentos antiglobalização e "progressistas", e que aceitam agora a adesão a esta frente de movimentos islamitas (como se viu ainda no último Forum Social Europeu de Londres).
Cunhal viveu até aos 76 anos na ilusão, pelo que era difícil mudar, mas é pena ver gente muito mais nova ainda alinhadas com teorias que se provram completamente alienadas da realidade e longe de poderem resolver os problemas da sociedade.
Passado este tempo, apesar da queda do muro (que péssimo 76º aniversário deve ter ele passado), Cunhal continua a acreditar na "construção da sociedade socialista" como se pode ver por este excerto do seu artigo O mundo de hoje (originalmente publicado no Avante de 6 de Novembro de 2003):
A questão que se coloca aos trabalhadores, aos povos e às nações é se tal ofensiva é irresistível e os trabalhadores, os povos e as nações estão condenados a submeter-se, ou se há no mundo forças capazes de se lhe oporem.
Os trabalhadores, os povos e as nações não podem aceitar que tal ofensiva global seja irreversível. E, se assim é, importa considerar se há e, havendo, quais são as forças capazes de impedir que o imperialismo alcance o seu supremo objectivo.
A nosso ver, são fundamentalmente:
Primeiro: Os países nos quais os comunistas no poder (China, Cuba, Vietname, Laos, Coreia do Norte) insistem em que o seu objectivo é a construção de uma sociedade socialista.
Apesar de ser por caminhos diferenciados, complexos e sujeitos a extremas dificuldades, é essencial para a humanidade que alcancem com êxito tal objectivo.
Segundo: os movimentos e organizações sindicais de classe, lutando corajosamente em defesa dos interesses e direitos dos trabalhadores.
Terceiro: partidos comunistas e outros partidos revolucionários, firmes, corajosos e confiantes.
Quarto: movimentos patrióticos, com as mais variadas composições políticas, actuando em defesa dos interesses nacionais e da independência nacional.
Quinto: movimentos pacifistas, ecologistas e outros movimentos progressistas de massas.
É no conjunto destas forças que pode residir e que reside a esperança de impedir a vitória final da ofensiva do capitalismo visando impor em todo o mundo o seu domínio universal e final.
Como se pode ver, para Cunhal, os regimes mencionados no primeiro ponto são perfeitamente legítimos e Cunhal deseja-lhes sucesso (não sei como, já se viu que o socialismo real falhou em toda a linha).
Se nos segundo e terceiros pontos não há surpresas, os quarto e quinto pontos são muito interessantes e explicam que contra a globalização vale tudo (e por isso vemos esquerdistas de origens e credos variados aliados a movimentos antiglobalização e "progressistas", e que aceitam agora a adesão a esta frente de movimentos islamitas (como se viu ainda no último Forum Social Europeu de Londres).
Cunhal viveu até aos 76 anos na ilusão, pelo que era difícil mudar, mas é pena ver gente muito mais nova ainda alinhadas com teorias que se provram completamente alienadas da realidade e longe de poderem resolver os problemas da sociedade.
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