Cristianismo sob ataque

Muita tinta fez correr, e ainda vai fazendo, o caso Buttiglione (esta da tinta é metafora, pois agora é tudo informatizado), estou-me a lembrar das acesas discussões, por exemplo, no Blasfémias.

Depois disso, também CAA tem aproveitado para ir mandando picadas aos católicos ditos "profissionais". Também está na moda, entre a esquerda e os bem-pensantes, dizer mal da direita cristã evangélica (que eu suponho não saberem do que se trata, tão ignorantes e cheios de preconceitos quanto ao Cristianismo são estes bem-pensantes).

Mas o que eles não dizem, e que em parte pode explicar o voto de cristão nos Estados Unidos, é que os liberais (no sentido norte-americano do termo) são tão ou mais fundamentalistas no seu afã de afastar Deus da vida dos americanos. Estas iluminadas criaturas (de que por cá também temos desta espécie) não querem sequer ouvir falar de Deus e então, se for no sector da Escola Pública americana (as ciências da educação não criam aves rarae apenas em Portugal, nos EUA não é melhor). O politicamente correcto destas criaturas quer impedir a referência a Deus (isto é do Deus cristão, que Alá pode entrar), com base na sacrossanta ideia de separação entre a Igreja e o Estado que, nos EUA, não está inscrita sequer na Constituição.

O último episódio deste fundamentalismo, poderíamos dizer, ateu seria simplesmente hilariante se não fosse triste: um professor foi impedido de dar aos seus alunos a Declaração de Independência americana porque tinha referências a Deus:

LOS ANGELES (Reuters) - A California teacher has been barred by his school from giving students documents from American history that refer to God -- including the Declaration of Independence.

Steven Williams, a fifth-grade teacher at Stevens Creek School in the San Francisco Bay area suburb of Cupertino, sued for discrimination on Monday, claiming he had been singled out for censorship by principal Patricia Vidmar because he is a Christian.

"It's a fact of American history that our founders were religious men, and to hide this fact from young fifth-graders in the name of political correctness is outrageous and shameful," said Williams' attorney, Terry Thompson.

"Williams wants to teach his students the true history of our country," he said. "There is nothing in the Establishment Clause (of the U.S. Constitution) that prohibits a teacher from showing students the Declaration of Independence."

Isto é, os responsáveis pela escola, sob pretexto da separação Igreja/Estado, querem impedir o verdadeiro conhecimento por partes dos alunos. Querem esconder a religiosidade dos seus antepassados. E ninguém pode ser ofendido por isso, porque se trata de História. Aqui está um tique que os ateístas partilham com os marxistas (e com os defensores do politicamente correcto): a vontade de reescrever a História e, neste caso, apagar Deus dela.

Se pensam que isto é um caso isolado, podem ler no excelente Tongue Tied város casos recentes deste mesmo tipo, por exemplo, este ou este ou ainda este.

Todo este radicalismo anticristão dos "liberais" (americanos) foi sem dúvida uma das razões que lhes fez perder as eleições. Mas, eles, encerrados na sua Torre de Marfim, não olham para a realidade.

Em conclusão, é por isso que quando eu ouço ateístas a dizer que apenas querem a separação real da Igreja e do Estado, não posso acreditar neles. O que os move é um verdadeiro ódio ao Cristianismo, pois acham-se criaturas iluminadas, crentes na "Razão" (e quantos crimes foram cometidos em nome dela nos últimos dois séculos?) que querem libertar os outros do obscurantismo religioso. Enfim, menorizam os outros não acreditando que eles possam estar a pensar pela sua própria cabeça.

Comentários

Anónimo disse…
O Rui está a cair na Falácia do Homem de Palha. Constrói uma imagem deturpada do ateísta para melhor o atacar.
E já agora, Rui: não é possível mudar este sistema de comentários para o Haloscan, po exemplo; nunca gostei muito deste método, pois pedem-me um registo, e não sei como manter o meu 'CMF'.
CMF
Rui Oliveira disse…
Bem, Carlos, não quero de maneira nenhuma cair na falácia do Homem de Palha, mas penso ter boas razões para desconfioar das verdadeiras motivações de muito ateu que anda por aí.

Não quero meter todos os ateus no mesmo saco, até porque conheço alguns e sei bem como eles pensam, mas aqueles que são, digamos, mais "vocais" são-no especialmente contra o catolicismo e o cristianismo em geral. Se calhar é uma espécie de complexo de Édipo religioso-cultural.

Aqui, limitei-me a fazer os que outros fazem com tanta frequência: apontar exemplos de fundamentalismo, neste caso anti-cristão.

E esses, sim, caem muitas vezes na falácia do Homem de Palha, até porque desconhecem muito do que é o Cristianismo e também da história em geral. Um bocadinho de história compara ajudava muito dessa gente nas afirmações que fazem.

Mais uma vez, digo que não quero generalizar, aproveitei somente algumas coisas que tinha lido, juntei-as e coloquei-as em linha para se ter uma perspectiva mais global de uma coisa de que muita gente fala, mas nem sempre percebe: os fundamentalismos.

Quanto aos comentários. Posso efectivamente pensar nisso. Mas nesta altura tenho muito trabalho e não posso pensar nisso. Sei por experiência própria (antes de ter conta no Blogger), que é um sistema aborrecido. Vamos ver se tenho tempo para alterar.
Anónimo disse…
Well done!
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Anónimo disse…
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