Intolerância

Geralmente não estou de acordo com Joaquim Vieira, director da Grande Reportagem, mas no caso do editorial da edição de 13/11/2004, com o título de "Intolerância", eu poderia ter escrito estas linhas, pois não posso estar mais de acordo:

Quando os imigrantes recusam a adopção dos valores ocidentais e adoptam a vida em gueto, como sucede em grande parte dos muçulmanos, algo está a falhar, e imediatamente vem à memória a extinção do Império Romano pelas chamadas invasões bárbaras. Pode ser que um dia essa pressão seja insustentável, mas é dever do Ocidente resistir e lutar por todos os meios em defesa do seu modo de vida (que, não nos iludamos, julgamos superior a qualquer outro). O que passa não só por uma avaliação das condições de entrada e fixação de imigrantes, mas também pelo reforço das medidas de prevenção e luta contra o terrorismo.

A comparação com a queda do Império Romano é justificada e, por várias vezes, em diversas conversas com outras pessoas eu mesmo a fiz. O Império Romano desde o século III d.C. recebeu numerosas tribos bárbaras no seu interior, que nunca se romanizaram e que, juntamente com a pressão exterior no séc. V, contribuíram fortemente para a queda do Império.

É bom conhecermos bem a história, pois como dizia Cícero:

"historia uero testis temporum, lux ueritatis, uita memoriae, magistra uitae, nuntia uestastis"
(A história é, de facto, testemunha dos tempos, luz da verdade, vida da memória, mestra da vida, mensageira do passado)

O modelo multiculturalista está condenado ao fracasso e só pode levar ao desastre final. A Europa tem que deixar de ter vergonha de ser o que é, e do seu passado, e defender por todos os meios a sua cultura.

Comentários

Anónimo disse…
A história da Europa também passa pelo multiculturalismo, pela abertura. Se começar a fechar fronteiras e a expulsar gente, estará apenas a regredir e a negar o seu passado. Quer um imperiozinho fechado, é?
António Viriato disse…
A Europa tem o direto e o dever de estabelecer condições, de exigir o respeito das suas leis e do seu modo de vida. E só deve acolher quem demonstrar adesão aos princípios ético-legais aqui prevalecentes, que levaram muitos anos a erguer com o sacrifício de muita gente e de muito sangue também. A concessão da nacionalidade deve ser excepcional e só a quem sinceramente a deseje, com prova continuada de integração na comunidade de acolhimento. De maior rotina, deve ser a autorização de residência para trabalhar, mas daí até à atribuição da nacionalidade vai um passo de gigante. De resto, é o que faz há muito tempo a democrática Suíça e parece que com bons resultados. Neste país, ainda não integrante da UE, até se exige prova cultural aos candidatos à naturalização : domínio da língua do cantão, conhecimento da história nacional e juramento de cumprimento e respeito das leis do país. Será xenofobia ? Será fascismo ? Ou simples bom senso ? De contrário, prepara-se o caos e o confronto agressivo generalizado em pouco tempo. Vide o que está a acontecer na tolerante, mas desatenta e relaxada Holanda...

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