Contra uma polícia da língua

Sempre fui contra o politicamente correcto e com a tendência manifestada nas últimas três décadas de criminalizar as afirmações politicamente incorrectas. Agora, qualquer afirmação menos polida é logo taxada de homofóbica, racista, anti-semita, islamofóbica, etc, etc, etc...

As afirmações até podem ser isso tudo, mas o mundo é feito de opiniões divergentes e de confronto. Esta tendência de criminalizar opiniões menos alinhadas é típica das sociedades modernas que querem criar um pensamento único e tem origem, como não podia deixar de ser, no pensamento marxista, pois através do controlo das palavras que se podem dizer, controla-se também o pensamento, reduzindo-se a capacidade de reflectir.

Vem tudo isto a propósito de um excelente artigo que encontrei no Libération escrito por Michel Erman. Vale a pena ler e reflectir sobre o assunto. Deixo aqui, apenas a sua conclusão:

Il y a plus de deux siècles, dans son Essai sur l'origine des langues, Rousseau constatait que l'exercice de la parole publique tout comme le goût du débat avaient disparu de la société d'alors pour être remplacés par les sermons. Prenons garde à ne pas nous placer aujourd'hui dans une situation semblable à celle qui prévalait pour l'Ancien Régime. Une société où l'on préfère la parole imposée à la parole partagée et où l'opinion discordante se nomme blasphème.

Boa leitura.

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