Pequena volta ao mundo do politicamente correcto
O politicamente correcto, se não fosse perigoso para a sanidade geral da humanidade, seria até muito divertido. Por isso, proponho uma pequena volta ao mundo (anglo-saxónico) do politicamente correcto.
EUA - A proibição de chamada "junk food" está a pôr em perigo os programas escolares extracurriculares das escolas públicas de Los Angeles.
Canadá - No Canadá, uma equipa foi suspensa da liga de hóquei em que joga por ser demasiado superior às outras. Uma grande lição para a vida, sem dúvida. Decididamente, le Canadá n'est pas un pays sérieux.
Austrália - "Merry Christmas" substituído por "Happy Hollidays". O que será que se comemora nesta época? e porque é que há férias escolares? Se querem ser consequentes, esta gente terá que inventar um novo calendário, como fizeram os revolucionários franceses...
Para mais idiotices do politicamente correcto, ler, por exemplo, o excelente Tongue Tied.
EUA - A proibição de chamada "junk food" está a pôr em perigo os programas escolares extracurriculares das escolas públicas de Los Angeles.
Canadá - No Canadá, uma equipa foi suspensa da liga de hóquei em que joga por ser demasiado superior às outras. Uma grande lição para a vida, sem dúvida. Decididamente, le Canadá n'est pas un pays sérieux.
Austrália - "Merry Christmas" substituído por "Happy Hollidays". O que será que se comemora nesta época? e porque é que há férias escolares? Se querem ser consequentes, esta gente terá que inventar um novo calendário, como fizeram os revolucionários franceses...
Para mais idiotices do politicamente correcto, ler, por exemplo, o excelente Tongue Tied.
Comentários
CMF
Lamento ter de discordar de si quanto à questão do “Happy Holidays”. Nesta época não se celebra apenas o Natal, mas também o Hanuká, por exemplo. Embora possa concordar consigo em relação aos excessos do “politicamente correcto”, terá de reconhecer que a designação mais abrangente de “Happy Holidays” contribui para que aqueles que não são cristãos – como eu – não se sintam excluídos, ao mesmo tempo que não retira mérito nenhum ao Natal. Compreendo que seja difícil, para aqueles que nunca tiveram essa experiência, mas crescer com sentimentos permanentes de exclusão não é uma tarefa nada fácil. Acredite Rui, porque falo de experiência própria.
Um grande Abraço!
Apenas, digo que o calendário escolar tal como está tem que ver com a celebração histórica do nascimento de Cristo, pelo que as inscrições de "Feliz Natal" são de todo apropriadas, não obstando, é claro, que haja inscrições de "Feliz Hanuká", está claro.
Mas, o facto é que o Natal é o mais atingido por estas histórias politicamente correctas, pois num dos casos que eu li, na escola não queriam deixar cantar o "Silent Night", mas os cânticos referentes ao Hanuká e ao Kwanza continuavam no programa.
Numa sociedade plural (não digo multicultural porque este termo tem para mim conotações negativas) cabem todas as culturas, não se tem que ter vergonha de nenhuma delas. Por isso, penso que essa mania que atravessa grande parte do mundo anglo-saxónico (mas que já chegou à França e à itália) de omitir referências àquilo que se celebra no Natal não pode ser admitida. Só pode ser respeitado quem respeita também os outros. Ninguém pode ficar ofendido por os cristão celebrarem o Natal.
A mim não me faz confusão nenhuma que se diga "Feliz Natal", mesmo sendo ateu, porque creio que o significado da palavra já vai muito para além do conceito original. Aliás, hoje em dia Natal é sobretudo sinónimo de consumismo, presentes e festa.
Quem faz parte da "maioria", ou seja, os homens brancos heterossexuais e cristãos, são incapazes (nem todos felizmente) de reconhecerem uma das mil e uma discriminações que sofre quem não "cumpra" todos esses parâmetros, mas ao mínimo privilégio que lhes seja mexido, cai o carmo e a trindade, como por exemplo com algo tão insignificante como dizer "feliz natal" ou "feliz dezembro".. até devia ser "feliz último trimestre" que o natal começa cada vez mais cedo..
Miguel Souto
Quanto à conversa do homem, branco, cristão essa é uma conversa diferente, muito em voga nas universidades americanas e nos "cultural studies". Lembra-me sempre o caso daquela professora americana que, por um aluno ter discodado da posição politicamente correcta, numa das suas aulas, em relação à homossexualidade, mandou um e-mail a todos os seus alunos acusando o aluno em questão de ter essa posição, entre outras coisas, por pertencer à "maioria" (isto é, branco, homem e cristão). Depois foi obrigada pela sua universidade a pedir desculpa ao aluno.
Este tipo de etiqueta também só serve para abafar o debate e desqualificar a opinião do adversário, dizendo-lhe que por ser da "maioria" não está qualificado para falar de certos temas. Para além de ser uma verdadeira falácia, pois são inúmeros os casos em que homens, brancos e cristãos não são uns privilegiados.
Parece que há pessoas que só concebem o ser humano dentro de "etiquetas" e não como um ser único e ireepetível, dotado de direitos individuais.
Bem, mas essa é outra discussão. Aqui apenas se defende que dizer "Feliz Natal" não pode ser considerado ofensivo seja para quem for.
É urgente que se compreenda que desejar, a algumas pessoas, Feliz Natal, é igual a desejar Feliz Aniversário, hoje, a quem fizer anos no dia 20 de Fevereiro (estava a inventar uma data e saiu-me esta...): não é ofensivo, mas também não é pertinente!
CMF