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A mostrar mensagens de agosto, 2005

Soares? Não, obrigado!

Neste momento Mário Soares está a discursar na sua cerimónia de anúncio de candidatura a Presidente da República. Até agora, nada de especial no seu discurso, para além de banalidades e expressões que nada querem dizer (tipo "multiculturalismo lato" - o que quer isto dizer? absolutamente nada). Não votei em Soares nem em 1986, nem em 1992, pelo que também não votarei Soares em 2006. Está na hora de dar uma lição de democracia e um banho de humildade a este rei sem coroa, vaidoso até dizer não. Por mim, ele não terá um terceiro mandato.

Much ado about nothing

Absolvidos todos os arguidos no caso de peculato que envolveu ex-deputado O colectivo de juízes do Tribunal de Águeda absolveu hoje os sete arguidos no caso de peculato que envolveu o presidente da Câmara de Águeda, Castro Azevedo, e o ex-deputado do PSD Cruz Silva. O colectivo de juízes considerou haver dúvidas em relação a três dos arguidos e considerou como não provadas as acusações em relação aos restantes quatro arguidos. Fonte

A vantagem de ser um blogger

Via Althouse cheguei a este curiosíssimo Brain of the blogger no Eide Neurolearning Blog , que tenta responder a esta pergunta: "What effect is all this blogging having on the brains of bloggers?" Vale a pena ler o artigo todo.

Eça de Queirós

Já que nos algumas das últimas entradas trataram de efemérides, não queria deixar de passar esta: a passagem do 105º aniversário da morte de Eça de Queirós, ocorrida a 16 de Agosto de 1900 em Paris. De tudo quanto li de Eça, gosto, sabe-se lá porquê, particularmente do Primo Basílio - se calhar, o facto de o meu livro preferido dele não ser Os Maias deve-se ao pequeníssimo mas importante pormenor de durante alguns anos o ter ensinando quase às fatias (pois o programa assim o exige) aos alunos do secundário (depois viu-se, no ano passado, numa passagem que a leitura global teria resolvido a dificuldade do exame de Português A, a propósito do gato, muito disparate se leu, pois os alunos decoram os episódios e pouco mais) - apesar de ser um Eça ainda mais novo. Neste Primo Basílio, Eça criou a famosíssima personagem do Conselheiro Acácio, símbolo de toda a mediocridade que grassava no sistema político da época e que mesmo assim chegava a lugares de grande improtância (não, não sejam mauzi

Há 620 anos,...

...a razão porque não somos espanhóis (no sentido moderno da palavra) . (...) Quando el-Rei de Castela fugiu, começou-se a demonstrar claramente que os portugueses de todo venciam a batalha, estando já a bandeira dos inimigos derrubada e mortos numerosos castelhanos e todos os maus portugueses que tinham vindo na vanguarda dos castelhanos. (...) Entretanto , vendo os castelhanos que o seu Senhor [el-Rei de Castela] havia fugido e que a batalha em toda a parte estava vencida pelos portugueses, perdida toda a esperança e sem vontade de mais combaterem, começaram todos a recuar e a desamparar o campo, de modo que em breve cedeu o ardor de tamanha multidão de gente [dos castelhanos], pois a batalha não durou mais que escassa meia hora até mostrar-se de todo perdida [para Castela]. (...) E travou-se esta batalha, numa segunda-feira, aos catorze dias de Agosto da era de César de mil quatrocentos e vinte e três anos. Fernão Lopes, Crónica de D. João I, Cap. XLIV (ed. Frederico Alves)

Ainda os incêndios...

Se há alguma coisa que incendeia os blogues, essa coisa são as discussões sobre incêndios florestais, sobretudo nos caso dos textos de João Miranda no Blasfémias (é só ver estes últimos 15 dias, por exemplo). Ainda ontem, João Miranda inclui uma entrevista com Gonçalo Ribeiro Telles, saída na Visão de 14/08/2003 (por aqui se vê que ano após ano se está sempre a falar do mesmo). Aliás o mesmo Gonçalo Ribeiro Telles tem também uma entrevista na semana passada (J.A. Souza, Jornal de Notícias, p. 4, 04/08/2005) em que volta a criticar a "política florestal" em Portugal nas últimas décadas. Leitura recomendada. Gonçalo Ribeiro Telles [arquitecto paisagista] "Continua o embuste na nossa política florestal" A primeira edição foi há 45 anos. "A Árvore em Portugal", de Ribeiro Telles e Francisco Caldeira, traçava já então um cenário pouco optimista da política florestal portuguesa. Uma segunda edição ampliada, nos anos 70, voltava à carga. A terceira mantém o tex

Batalha de Canas

Segundo os registos, no decurso da 2.ª Guerra Púnica, a 2 de Agosto de 216 a.C., travou-se a batalha de Canas , em que Aníbal Barca, general cartaginês, venceu um exército romano comandado por Paulo Emílio e Terêncio Varrão, naquela que foi, muito provavelmente, a maior batalha do mundo antigo. As perdas romandas foram elevadas, mais de 40000 romanos e aliados mortos ou feitos prisioneiros, tendo morrido 80 senadores e 2 cônsules caíram nesta batalha. Mas apesar da magnitude da derrota, Roma não caiu. Aníbal achou que o seu exército não seria capaz de tomar Roma. Assim. abrigou-se Cápua, na Campânia, disfrutando de todos os prazeres que os saques lhe podiam proporcionar. Tendo estado em Itália em 202 a.C. foi perdendo progressivamente terreno, pois foi-lhe impossível receber um exército de socorro ou reabastecimentos através do mar, sendo que também não conseguiu um levantamento das cidades italianas contra Roma, até que em 202 a.C. foi obrigado a socorrer Cartago. de facto, a cidade f

A expulsão dos Judeus da Península Ibérica

A 1 de Agosto de 1492 terminava o prazo dado pelos Reis Católicos, Fernando e Isabel, para que os judeus saíssem de Espanha. A expulsão não teve, ao contrário do que muita gente pensa, uma motivação principalmente religiosa (embora ela também existisse), mas sobretudo financeira. Os judeus constituiam grande parte da burguesia emergente que, pelo seu poder financeiro, provocavam a inveja de nobres e clero. Aliás, essa motivações financeiras nas expulsões dos judeus, bem como a chantagem que os reis da Europa Ocidental faziam sobre a sua população judia, mantendo-os sempre sob ameaça para lhe poder extorquir dinheiro, sempre existiram durante toda a Idade Média. Por isso houve expulsões sucessivas em vários países europeus. Por exemplo, não nos podemos esquecer de que antes da expulsão decretada pelo Reis Católicos, já Filipe Augusto (1182), Filipe, o Belo (1306) e Carlos VI (1394) decretaram a expulsão dos judeus em França. Na Inglaterra, também João Sem-Terra (1210) e Eduardo I (1290)