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A mostrar mensagens de novembro, 2004

Breaking News

Parece que vamos ter eleições. OK! Por mim tudo bem, vamos é ter muito trabalho para impedir o boys socráticos de tomarem o poder com maioria absoluta. Post scriptum. Já agora, com Pedro Santana Lopes a líder ou não, o PSD deve ir a eleições sozinho.

Fernando Pessoa

Faz hoje exactamente 69 anos que morreu Fernando Pessoa que, segundo Octavio Paz, premio Nobel da literatura e seu tradutor mexicano, era o maior poeta do século XX. Nascido a 13 de Junho de 1888 em Lisboa, Pessoa faleceu a 30 de Nobembro de 1935, também em Lisboa, aos 47 anos, quando estava em plena maturidade poética. Como já disse, não sou um especialista em Pessoa noutro artigo, mas tenho uma grande admiração pela sua obra, sobretudo pela Mensagem, que tem alguns dos melhores poemas que jamais li, mas também pelos seus heterónimos Alberto Caeiro e Ricardo Reis que têm poesias absolutamente admiráveis (p. ex. a série «O Guardador de Rebanhos» de Caeiro). Não tenho muito tempo para continuar a falar de Pessoa, pelo que deixo aqui um dos poemas de que mais gosto: QUINTA D. SEBASTIÃO REI DE PORTUGAL Louco, sim, louco, porque quis grandeza Qual a Sorte a não dá. Não coube em mim minha certeza; Por isso onde o areal está Ficou meu ser que houve, não o que há.

Comunismo democrático?????

No Jornal de Notícias de hoje, Edgar Correia, falando sobre o 17º Congresso do PCP, termina assim o seu artigo (destaque meu): O grupo que se constituiu para impedir o "Novo Impulso" e tomar de assalto a direcção consuma assim no "congresso" de Almada a ruptura definitiva no PCP. Mas com isso clarifica a situação no campo comunista os caminhos do estalinismo e do comunismo democrático separam-se aqui. Perdoem-me a pergunta: comunismo democrático? que raio de coisa é essa? Não há aqui uma verdadeira contradição nos seus próprios termos? Seria bom que Edgar Correia nos explicasse o que é isso de comunismo democrático. Parece-me uma tarefa ingente, mas pode ser que ele se desenvencilhe.

Pessoa anti-americano

Num texto intitulado "O provincianismo português", datado de 1928, Fernando Pessoa tenta definir o provincianismo português (mesmo daqueles que se julgavam cosmopolitas) da seguinte forma: O provincianismo consiste em pertencer a uma civilização sem tomar parte no desenvolvimento superior dela - em segui-la pois mimeticamente, com uma subordinação inconsciente e feliz. A síndroma provinciana compreende, pelo menos, três sintomas flagrantes: o entusiasmo e admiração pelos grandes meios e pelas grandes cidades; o entusiasmo e admiração pelo progresso e pela modernidade; e, na esfera mental superior, a incpacidade da ironia. Depois, vai caracterizando cada um destes três aspectos e quando chega ao segundo escreve (destaques meus): O amor ao progresso é a outra forma do mesmo característico provinciano. Os civilizados criam o progresso, criam a moda, criam a modernidade; por isso lhes não atribuem importância de maior. Ninguém atribui importância ao que produz. Quem n

Questões de mau-gosto

Diz JVC no seu Professorices : Estive pela primeira vez na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Como é possível (para o meu gosto) que se tenha construído coisa tão feia, mesmo ao lado do magnífico edifício da Faculdade de Arquitectura, de Siza Vieira? Não vou desdizer o JVC, a FLUP não é a coisa mais bonita do mundo. Mas, pelo menos, a sua biblioteca, não sendo das mais equipadas do mundo (por exemplo, não tem tomadas para computadores portáteis em todas as mesas, ao contrário da biblioteca da FEUP) tem uma extraordinária vista sobre o rio Douro do lado sul. Vou para lá ler frequentemente. Mesmo no seu interior a FLUP sofre, também, do facto de ter demorado tanto tempo a ser concretizada que, quando foi inaugurada já estava um pouco curta para o número de alunos. O interior sofre ainda da sua concepção um pouco antiga (apesar de ter sido inaugurada há menos de 10 anos). Comparada com a Faculdade de Engenharia (FEUP), essa diferença nota-se em múltiplos pormenores.

Reforma da ONU e já!

Andam para aí uma vozes a pedirem a reforma da ONU para que esta tenha mais capacidade de intervenção no mundo e evitar aventuras "unilaterais" (isto é, segundo eles, dos Estados Unidos). É óbvio que eu não alinho nesta da ONU como uma espécie de governo mundial, Deus nos livre disso!, pois já na pouca coisas que pode fazer, falhou sempre estrondosamente (ver o caso do Ruanda). Os anos de Kofi Annan à sua frente foi totalmente desastrosa, onde a ONU se meteu houve sempre barraca (podem-me falar de Timor Leste, mas aí se não houvesse a Austrália e Portugal o processo teria falhado como todos os outros). A ONU é uma torre de Babel, que ainda por cima nem sequer sabe para que lado há-de crescer. Depois acontecem coisas como o "escândalo petróleo por alimentos" que, curiosamente, tão pouca repercussão tem tido nos nossos media. Agora vem uma notícia que diz que o filho de Annan recebeu dinheiro vindo deste programa... Sem dúvida elucidativo...

Viva o marxismo-leninismo! (ainda há quem diga isto)

Ontem, relembrei aqui o 25 de Novembro de 1975, hoje, ao ouvir a mensagem de Álvaro Cunhal ao congresso do PCP, parecia-me ter recuado ainda para trás desta data. Realmente, há pessoas que nunca mudam, Cunhal nunca mudará. E isso, neste caso, não é qualidade nenhuma...

25 de Novembro de 1975

se é certo que o 25 de Abril de 1974 derrubou uma ditadura, não menos certo é que o 25 de Novembro de 1975 nos livrou da instalação de uma ditadura ainda pior. O mês de Novembro de 1975 foi todo ele muito quente. Como experiência pessoal lembro-me de quando da independência de Angola (11 de Novembro) se produziram incidentes no liceu que eu frequentava, obrigando inclusive ao encerramento das aulas durante uns dias (que para mim tinha começado a 4 de Novembro, foi na altura do primeiro 7º ano Unificado de sempre). Mas a 12 de Novembro a Assembleia da República foi cercada pelos trabalhadores da construção civil. A situação foi tão complicada nesse mês que a 19 de Novembro o VI Governo Provisório (presidido pelo Almirante Pinheiro de Azevedo) suspendeu funções governativas. A tensão cresceu até que a 25 de Novembro há uma tentativa de golpe de estado protagonizada pela esquerda/extrema-esquerda. Portugal esteve então à beira de uma guerra civil embora o golpe tivesse sido impe

Cristianismo sob ataque

Muita tinta fez correr, e ainda vai fazendo, o caso Buttiglione (esta da tinta é metafora, pois agora é tudo informatizado), estou-me a lembrar das acesas discussões, por exemplo, no Blasfémias . Depois disso, também CAA tem aproveitado para ir mandando picadas aos católicos ditos "profissionais". Também está na moda, entre a esquerda e os bem-pensantes, dizer mal da direita cristã evangélica (que eu suponho não saberem do que se trata, tão ignorantes e cheios de preconceitos quanto ao Cristianismo são estes bem-pensantes). Mas o que eles não dizem, e que em parte pode explicar o voto de cristão nos Estados Unidos, é que os liberais (no sentido norte-americano do termo) são tão ou mais fundamentalistas no seu afã de afastar Deus da vida dos americanos. Estas iluminadas criaturas (de que por cá também temos desta espécie) não querem sequer ouvir falar de Deus e então, se for no sector da Escola Pública americana (as ciências da educação não criam aves rarae apenas em P

Ora aí está um prémio prestigiante...

Lauréat du prix Kadhafi des droits de l'Homme, le président vénézuélien, Hugo Chavez, s'est rendu en Libye pour recevoir sa récompense des mains de l'Algérien Ben Bella Este sim, é um prémio digno do grande democrata Chávez! vejam só a companhia dele em Tripoli; estavam lá, por exemplo, Daniel Ortega e Ben Bella (este para muita gente já nada diz...). A lista dos anteriores laureados também é notável: Nelson Mandela, Fidel Castro, Ben Bella, as crianças palestinianas da Intifada, os índios da América, etc... Todo um manual de um terceiro-mundista profissional. Deve ser bom ser reconhecido pelos seus. Post-scriptum : Já que o Chirac anda por lá, não lhe querem distribuir também um premiozito? Afinal ele até tinha uns ditadores amigalhaços.

Dia Nacional da Cultura Científica

Comemora-se hoje o Dia Nacional da Cultura Científica. Não vou aqui falar sobre a Ciência em Portugal, embora seja notada a falta de cultura científica dos portugueses, mas apenas fazer notar que este Dia Nacional foi marcado para o dia em que nasceu Rómulo de Carvalho. Rómulo de Carvalho nasceu em 24 de Novembro de 1906 e faleceu a 19 de Fevereiro de 1997. Foi um grande divulgador da ciência em Portugal. Quando andava eu no então Ciclo Preparatório (actual 2.º ciclo do Ensino Básico), os meus livros de Ciências naturais eram dele. Mas também na disciplina de Português tínhamos que lidar com ele, agora já sob o nome de António Gedeão. Sob este pseudónimo, Gedeão foi um poeta popular, quem não conhece a a sua "Pedra Filosofal", em que frequentemente a ciência entrava pela poesia dentro. Eis aqui, apenas, um exemplo: A Catedral de Burgos A catedral de Burgos tem trinta metros de altura e as pupilas dos meus olhos dois milímetros de abertura. Olha a catedr

Turquia: o que fazer com ela?

A UE ainda não abriu as negociações com vista à adesão da Turquia (que espero, sinceramente, que nunca venha a acontecer) e já está a ver forma de se descartar... Segundo o Le Monde , a França procura uma alternativa à adesão pura e simples da Turquia. Chirac viu, certamente, que o seu voluntarismo neste caso esbarra com as dúvidas (mais do que fundamentadas) de alguns dos seus parceiros. Porquê toda esta pressa em declarar a abertura de negociações em Dezembro? O assunto merece certamente maior reflexão. É que podemos estar a criar expectativas nos turcos que, eventualmente, poderão chegar ao fim. Depois de 10 anos de negociações, em 2014 ou 2015, vamos dizer aos turcos que afinal já não os queremos? Um pouco menos de eurovoluntarismo era aconselhável.

C'est la vie

Ontem e hoje não houve mesmo muito tempo para o blog. As traduções sucedem-se e os prazos de entrega estão cada vez mais curtos. A semana que se avizinha também não se adivinha muito pacífica. Mais traduções se seguem... Mas de que me queixo eu? afinal é a minha profissão. Se não traduzir não ganho. Todavia, eu mundo gira e avança, o Mário Soares dedicou-se a dizer disparates no Porto, o Benfica e o Sporting empataram (e precisaram da ajuda do árbitro), o Porto perdeu (por culpa própria antes de mais), etc... Bem, amanhã, espero voltar ao ritmo normal.

Bom-senso francês

Tal como sou capaz de invectivar os franceses por alguns aspectos lamentáveis da sua política externa, também sou capaz de os louvar por, frequentemente, não cederem a modas lamentáveis mais próprias de países como as as leis sobre o chamado "hate-speech" (caso de países como o Canadá ou a Suécia) Sou contra essas leis, porque elas colidem com a liberdade de expressão. É lógico que nem tudo poderá ser dito, mas as leis neste capítulo terão que restringidas ao mínimo e não favorecer , nem prejudicar qualquer tipo de grupo ou pessoas. Se essas leis forem demasiado específicas estaremos a condenar pessoas por delito de opinião. Por isso não pude deixar de congratular pelo rumo que as coisas estão a tomar em França no que diz respeito ao projecto de "Loi contre l'homophobie" . A "Commission Nationale Consultative des droits de l'Homme" decidiu emitir um parecer em que pede, pura e simplesmente, para retirar a lei. Segundo a notícia (destaques meu

Flip-flop à la française

A cadeia de televisão libanesa Al-Manar, controlada pelo Hezbollah, tinha sido impedida de transmitir para França pelo CSA (Conseil supérieur de l'audivisuel) há uns meses atrás, enquanto era levado a cabo uma espécie de inquérito sobre a sua programação. Esta semana, de uma forma considerada surpreendente pela maioria, o mesmo CSA, sexta-feira passada, através de um acordo, decidiu autorizar a emissão da Al-Manar pelo operador francês Eutelsat. Conforme se pode ler, na notícia a que eu fiz a hiperligação, os conteúdos da referida estação são de um anti-semitismo extremo e de apelo constante à exterminação dos judeus e do estado de Israel. Será desta forma que o presidente Chirac pretende combater o anti-semitismo e o islamismo radical entre os muçulmanos de França? Roger Cukierman, presidente do CRIF, afirmou (sem link) que o Hezbollah fez pressões sobre a frança. Também o Líbano o terá feito e a siutação dos dois jornalistas franceses no iraque também terá tido influ

Oculos aperire

Não sei por que razão, mas a morte de Theo van Gogh parece estar a abrir os olhos de muita gente, mesmo de muito mais gente do que aquela que ficou alerta pelo atentado de 11 de Março em Madrid. Países como a Holanda ou a Alemanha parecem estar agora a sair do torpor em que estavam mergulhadas (mais a primeira do que a segunda) no que diz respeito a este assunto. A única explicação que eu vejo para isso é o facto de no caso do 11 de Março haver muitas luminárias a dizer que a culpa, no fim de tudo, para o atentado de Madrid era do Aznar por ter alinhado na invasão do Iraque ao lado de Bush. Pobres de espírito que nunca compreenderam a natureza da ameaça islamita. A morte de van Gogh veio mostrar, se é que isso fosse necessário, que os islamitas têm como alvo todos, mas mesmo todos (sejam eles cristão ou ateus, pró ou anti-americanos, democratas ou comunistas, etc...) que não pensem como eles e, mais, que de algum modo critiquem o Islão. É certo que ainda há países que fingem n

Referendo

Ontem, foi um dia complicado não deu tempo para o blog. Mesmo assim, não queria deixar de notar que ficámos a saber que o a Maioria e o PS já têm uma pergunta para o referendo da Constituição europeia: Concorda com a Carta de Direitos Fundamentais, a regra das votações por maioria qualificada e o novo quadro institucional da União Europeia, nos termos constantes da Constituição para a Europa? Desde já faço a minha declaração de voto, com esta ou qualquer outra pergunta desta índole: Não! Dixit.

Cartas portugueses

Cartas portugueses é o nome de um novo blog da autoria de Luís Bonifácio (de que tomei conhecimento através do Último Reduto ). Segundo o autor: O presente Blogue tem por finalidade apresentar uma prespectiva da 1ª República através da correspondência recebida por duas figuras do regime, Raimundo Meira, coronel de artilharia, Governador-civil de Viana do Castelo, Deputado e Senador pelo Partido Democrático, Governador-geral de Timor. e Simas Machado, General, Deputado e Senador do Partido Evolucionista e mais tarde do Partido Liberal, comandante da 2ª Divisão do C.E.P. na Flandres, alto-comissário da República na Madeira e nos Açores e governador militar de Lisboa por ocasião da revolução de 28 de Maio. De entre o lote dos remetentes das cartas encontrar-se-ão Afonso Costa, António José de Almeida, Egas Moniz, Homem-Cristo e muitos outros. É claro que se trata de um blog mais do que recomendado. Irá para a coluna da direita logo que possível.

O muro de Berlim não caiu

Jerónimo de Sousa proposto para secretário-geral do Partido Comunista Português. Depois queixem-se de estar a perder votos. Já estou a ver a felicidade estampada na cara dos dirigentes do PS e do BE...

A Revolução de Veludo

A 17 de Novembro de 1989, a Checoslováquia livrou-se da sua ditadura comunista de 41 anos. Foi a chamada Revolução de Veludo e foi mais uma passagem do vento de liberdade que atravessou toda a Europa de Leste e que culminou na derrocada da União Soviética dois anos mais tarde. Nestes 15 anos, entretanto, a Checoslováquia desapareceu, tendo em seu lugar surgido dois países: a República Checa e a Eslováquia. No Le Figaro de ontem, foi publicado um texto Vaclav Havel, ex-presidente da República Checa, intitulado "Ce que le communisme peut encore nous apprendre" . Post-scriptum . Não resisto a esta tentação linguística de fazer notar, para aqueles que são menos versados na língua francesa, que o título de Havel deverá traduzir-se como "O que o comunismo nos pode ainda ensinar", pois o verbo "apprendre" em francês tem os dois sentidos: aprender e ensinar. Apenas o contexto pode desambiguar o seu sentido.

O novo Abu Ghraib...

Um marine matou um iraquiano ferido dentro de uma numa mesquita. Alarido geral na imprensa bem pensante e também nos suspeitos do costume da blogosfera portuguesa. "Daqui d'el-Rei" que este tipos são uns assassinos. Enfim, a demagogia habitual. E demagogia porquê? Será que eu defendo a morte de prisioneiros desarmados e, ainda por cima, feridos? É claro que não. Mas (e aqui entra esta adversativa por vezes tão irritante) não nos podemos esquecer das circunstâncias específicas que por levam frequentemente, em caso de guerra, as pessoas a cometer actos que dificilmente cometeriam na vida civil. Em primeiro lugar, estamos perante uma situação de guerra e não de operação policial. O combatente tem, como principal missão, proteger-se a si e aos seus camaradas (o meu comandante de pelotão dizia que "colegas são as putas"). Perante a situação que se lhe deparou de um ferido que fingia estar morto e perante a experiência do que teria acontecido no dia ant

Parabéns

Bem, já passa da meia-noite, pelo que o 1.º aniversário de O Observador foi, tecnicamente, ontem. Todavia não queria deixar de mandar um abraço ao André e pedir-lhe que continue pronto a continuar mais alguns.

Intolerância

Geralmente não estou de acordo com Joaquim Vieira, director da Grande Reportagem, mas no caso do editorial da edição de 13/11/2004, com o título de "Intolerância", eu poderia ter escrito estas linhas, pois não posso estar mais de acordo: Quando os imigrantes recusam a adopção dos valores ocidentais e adoptam a vida em gueto, como sucede em grande parte dos muçulmanos, algo está a falhar, e imediatamente vem à memória a extinção do Império Romano pelas chamadas invasões bárbaras. Pode ser que um dia essa pressão seja insustentável, mas é dever do Ocidente resistir e lutar por todos os meios em defesa do seu modo de vida (que, não nos iludamos, julgamos superior a qualquer outro). O que passa não só por uma avaliação das condições de entrada e fixação de imigrantes, mas também pelo reforço das medidas de prevenção e luta contra o terrorismo. A comparação com a queda do Império Romano é justificada e, por várias vezes, em diversas conversas com outras pessoas eu mesmo a f

Humanae Litterae

Finalmente, penso eu, o Humanae Litterae vai começar a ter artigos com publicação regular. Para já, a primeira parte de um artigo sobre as "humanae litterae" . Espero que gostem.

Eixo do mal

Vi ontem pela segunda vez este novo programa da SIC-N. Embora se veja bem, não há nele nada de muito excitante e, de resto, a maioria da opiniões neles expressas são relativamente banais. De resto, o único que sobressai um pouco, embora nem sempre concorde com ele, é o José Júdice. Dos restantes não há muito a dizer... O programa tem que encontrar definitivamente o seu registo. Como está não é espinha de peixe nem de bacalhau. É que a ironia não é para todos. Pode ser uma opinião contestável a minha, mas de facto, ainda não consegui ver o programa de uma forma atenta, pois ele não me consegue prender assim tanto que me faça parar o que normalmente faço enquanto estou a vê-lo (raramente consigo ver televisão sem estar a fazer outra coisa qualquer).

Santo Agostinho

Aurelius Augustinus nasceu em Tagaste (hoje Souk-Ahras), Numídia (na actual Argélia), a 13 de Novembro de 354 d.C., faz hoje, portanto, 1650 anos. Foi bispo de Hipona e um dos mais influentes, considerado por muito o maior, dos chamados Padres da Igreja. Os Padres da Igreja são aqueles autores cristãos anteriores ao séc.VII que exerceram, por meio dos seus escritos, pela sua pregação ou pela sua santidade de vida, influência profunda na fé e na vida da Igreja. Os padres apologetas dos três primeiros séculos (sobretudo no século II, como Tertuliano) defenderam o cristianismo do ataque dos pagãos. Depois deles, os padres teólogos, a partir do séc. IV, lutaram contra as heresias (como, por exemplo, o arianismo e o donatismo). Aliás o séc. IV até ao ano de 430 d.C., data da morte de Santo Agostinho, foi o século por excelência dos Padres da Igreja. Geralmente considera-se como o últimos Padres da Igreja ocidental Santo Isidoro de Sevilha (c. 560 - 636 d.C.) e o último dos Padres greg

Memória

Na minha mania de mencionar factos do passado, não podia deixar passar o 13º aniversário do fatídico massacre no cemitério de Santa Cruz em Timor-Leste. Só um aparte linguístico: nunca gostei desta maneira de referir o país (Timor-Leste). É um decalque de East Timor que não tem razão de existir em português; porque não escrever Timor Oriental? Era mais correcto. É que "leste" não é adjectivo, para ter valor adjectival teria de se escrever "de leste", como aliás se fazia com a Alemanha Oriental também chamada Alemanha de Leste. Bem, foi só um desabafo. Este massacre, em que terão morrido cerca de 200 pessoas, foi um ponto de viragem na questão de Timor, pois, ao contrário dos massacres que tinham acontecido no passado, este foi filmado e todo o mundo pode ver na televisão a actuação criminosa e genocida do ocupante indonésio. A partir daí a questão timorense começou, lentamente, a estar na ordem do dia, primeiro, da diplomacia portuguesa, depois da europeia

A culpa é do Bush

Leio nesta notícia do Le Monde que as "populações autóctones" do Ártico criticaram a política americana em matéria de clima, pois com a sua recusa em assinar o protocolo de Quioto, não combatem a emissão de gases que provocam o efeito de estufa e, alegadamente, e também o aquecimento global da terra. Já agora quem é que as "populações autóctones" culpam por isto: "Mars is experiencing global warming," Malin said. "And we don't know why." . Este tipo devia saber a resposta: é Bush, claro!

O princípio do fim

Faz hoje 86 anos que foi assinado o armistício com a Alemanha que pôs fim à I Guerra Mundial. Foi uma tragédia para a Europa pois foi o princípio do fim da liderança europeia no mundo (embora isso só tivesse ficado à vista depois da II Guerra Mundial). A guerra tinha começado com a declaração de guerra do Império Austro-Húngaro à Sérvia em 28 de Julho de 1914. O complexo sistema de alianças da Europa da belle époque fez o resto. A Rússia, a França, a Inglaterra, a Alemanha e até a Turquia e o Japão em breve estavam todas envolvidas. A causa próxima para o desastre foi o assassinato do arquiduque Francisco Fernando, príncipe herdeiro do Império Austro-Húngaro, em Saravejo, na Bósnia, a 28 de Junho de 1914, pelo nacionalista sérvio Princip. Mas a guerra outras causas: foi o culminar das tensões entre impérios que dilaceravam a Europa desde meio do século XIX. As consequências foram tremendas, o mapa geopolítico foi completamente alterado, desaparecendo quatro impérios, o dos Ro

Arafat

Finalmente foi anunciada a morte de Yasser Arafat. A má telenovela que se fez à volta do seu internamento em França acabou por fim. Tinha a intenção de escrever um texto onde começaria por dizer que não iria fazer-lhe o elogio fúnebre (disso se encarregarão os atentos, venerados e obrigados órgãos de comunicação social de todo o Ocidente), mas depois, antes de começar a trabalhar, li este texto no Jornal de Notícias da autoria de Francisco José Viegas . No essencial ele diz aquilo que eu queria dizer. Aconselho a leitura integral, mas deixo aqui o início do texto: Não, não vou chorar lágrimas de crocodilo. Não vou deixar de reconhecer o seu papel no Médio Oriente e na chamada "causa palestiniana". É provável que seja um herói. Mas não vou tecer um elogio fúnebre. Se os palestinianos ainda não têm um país independente, devem-no também a ele, que desfez acordos e mentiu descaradamente sobre os seus próprios planos, autorizando comandos suicidas formados por adolescent

Multiculturalismo em pedaços

Todos os que me lêem sabem que eu não sou um adepto do multiculturalismo na forma em que ele é geralmente entendido, isto é, como comunitarismo. Digo isto por vário motivos. O primeiro, é porque essa visão ignora o indivíduo e tende a considerar que um determinado indivíduo pertencente a uma determinada etnia, raça, religião deveria actuar de acordo com as ideais predominantes da comunidade a que pertence. Qualquer desvio a essa conduta é vista como uma traição à sua comunidade. A liberdade individual, nesta visão comunitarista, fortemente restringida pois tal indivíduo será logo posto à parte. O segundo, obviamente relacionado com o primeiro, é que a visão comunitarista torna a comunidade minoritária fechada e, por isso mesmo, não se integrando no país onde estão. Até podem viver há muito tempo no país, falar bem a língua, frequentar a escola, mas como estão encerrados na comunidade, pelos seus contrangimentos sociais, religiosos, etc., nunca aceitarão as regras dessa sociedade

91 anos

Hoje, Álvaro Cunhal completa 91 anos de idade. Para os mais novos ele já nada diz, para outros, como eu, ele era o agente da União Soviética em Portugal, que procurava fazer entrar Portugal na órbita soviética. Foi mal sucedido, mas pouco faltou para lançar o país numa guerra civil. Passado este tempo, apesar da queda do muro (que péssimo 76º aniversário deve ter ele passado), Cunhal continua a acreditar na "construção da sociedade socialista" como se pode ver por este excerto do seu artigo O mundo de hoje (originalmente publicado no Avante de 6 de Novembro de 2003): A questão que se coloca aos trabalhadores, aos povos e às nações é se tal ofensiva é irresistível e os trabalhadores, os povos e as nações estão condenados a submeter-se, ou se há no mundo forças capazes de se lhe oporem. Os trabalhadores, os povos e as nações não podem aceitar que tal ofensiva global seja irreversível. E, se assim é, importa considerar se há e, havendo, quais são as forças capazes de i

Como nasce o terrorismo

O investigador de origem basca Alberto Abadie, da JFK School of Government, publicou um estudo em que desmente a teoria (tão cara ao nosso Mários Soares) de que o terrorismo é originado pela pobreza (ainda agora na Holanda alguns estão a tentar explicar pela discriminação e pobreza dos muçulmanos a subida do fundamentalismo entre os muçulmanos), concluindo, pelo contrário que o terrorismo está ligado ao grau de liberdade política. A notícia deste estudo está publicada na Harvad Gazette com o título: Freedom squelches terrorist violence . "In the past, we heard people refer to the strong link between terrorism and poverty, but in fact when you look at the data, it's not there. This is true not only for events of international terrorism, as previous studies have shown, but perhaps more surprisingly also for the overall level of terrorism, both of domestic and of foreign origin," Abadie said. Instead, Abadie detected a peculiar relationship between the levels of politi

O fim do mito

Há 15 anos atrás, o mito comunista afundou-se (melhor, começou a afundar-se). A queda do muro de Berlim na noite de 9 para 10 de Dezembro de 1989 é sem dúvida um dos acontecimentos que reterei sempre na memória. A crise estava anunciada com a fuga de alemães orientais através da então Checoslováquia e da Hungria para o Ocidente. A sociedade da República Democrática Alemã (ou Deutsche Demokratische Republik ) - quantos estudantes de hoje saberão o que significa RDA, DDR e, já agora, URSS? - estava a movimentar-se e a exigir mais liberdade O governo da Alemanha Oriental perdeu o controlo e sem que conseguisse reagir viu os seus cidadãos forçarem o muro perante guardas completamente atónitos ou sem saber o que fazer. Para quem, como eu, tinha visto o auge do comunismo nos anos 70, que parecia uma força invencível - lembre-se que em 1975 Saigão caíra e que o Cambodja também ficava sob domínio dos kmhers vermelhos -, que os EUA estavam a perder o rumo com a administração ruinosa de

Cem mil

Em devido tempo o Miguel indicou as ligações que desmontaram, definitivamente, o mito dos cem mil mortos civis no Iraque. Mas, no sábado passado, Clara Ferreira Alves no Eixo do Mal, e hoje Teixeira Lopes (em declarações sobre a GNR no Iraque) e Ruben de Carvalho (na SIC-N) voltaram a falar nos supostos 100 000 mortos civis no Iraque. Estarão à espera que o velho adágio de que uma mentira muitas vezes se tornará em verdade? Ou será que a nossa esquerda está em decadência intelectual? Mistério...

Holanda acorda para o pesadelo

Os holandeses, parece-me bem, estão a começar a acordar para o terrorismo islâmico dentro de portas, conforme nos informa esta notícia . A morte de Van Gogh não terá sido obra de um fundamentalista isolado, mas de uma célula terrorista bem organizada. As autoridades holandesas parecem dispostas a reagir e não negarem a existência do problema (ao contrário de outros países europeus). O assunto é demasiado importante para se deicar cair no esquecimento. Ainda estamos a tempo para resolvê-lo. As ideias politicamente correctas e multiculturalistas não podem nem devem interferir nesta questão, pois trata-se em primeiro lugar de um ataque ao estado de direito. Por isso, nenhuma abordagem desculpabilizadora pode ser permitida.

Notícias inquientantes

Segundo notícia da Proche-orient.info , o Hezbollah lançou um avião sem piloto, de fabrico iraniano, que sobrevoou Israel durante 20 minutos. Se a escalada tecnológica se verificar no Médio Oriente, algo me diz que algo mais grave se poderá vir a passar em tempos mais próximos.

Intervenção neocolonial?

A França está a intervir em força na Costa do Marfim. Naturalmente que esta intervenção não é exactamente igual à dos norte-americanos no Iraque. Mas parece-me muito claramente uma intervenção neocolonial. Já repararam que a grande maioria das intervenções da França (excluindo a ex-Jugoslávia e a Guerra do Golfo I)foram sempre em países anteriormente colonizados pela França ou sob influência francófona. Parece-me realmente que a França tem uma forças armadas neocoloniais. Chirac não gosta de revoluções no jardim dele.

(Re-)Apresentação

Este blog é uma continuação do Super Flumina apenas porque me irritei com o Sapo pois hoje não consegui entrar no blog todo o dia. Por isso, lentamente, irei passando a escrever neste blog e o Super Flumina será descontinuado em devido tempo. Já não tenho paciência para o Sapo . O próprio nome do blog indicia a continuação do anterior e, por isso, os meus habituais leitores poderão encontrar o mesmo tipo de textos e opiniões a que já estão habituados. Vamos a ver se na nova casa as coisas correm melhor do que com a anterior. Post-scriptum. Aos poucos vou transferindo os artigos que estavam no outro blog. Todos os artigos anteriores a esta (re-)apresentação apareceram primeiro no Super Flumina alojado no Sapo.

Também na Holanda...

... parece que os islamitas têm uma rede montada pronta a fazer atentados terroristas. Com o assassino presumível de Theo van Gogh foram presos mais islamitas . Isto é, parece que começa a haver uma rede terrorista islâmica na Holanda. A Europa tem que deixar de sonhar com sociedades multiculturais quando alguns daqueles que acolhe querem subverter as instituições ou direitos existentes. Eu já disse que não acredito em sociedades multiculturais, porque do modo em que os seus defensores a colocam, parece-me mais que origina a criação de guetos de que uma verdadeira troca de experiências ou culturas. Por outro lado, o multiculturalismo não integra (não estou a falar de assimilação), mantendo certas comunidades mais à margem do desenvolvimento, tornando-as presas frases de demagogos. Se a Europa deve manter o seu humanitarismo e capacidade de acolhimento tem que ser mais exigente para com quem entra, de modo que qualquer apelo a violência e ao ódio seja reprimido com dureza. Até

Arafat

Arafat está mas é como se não estivesse. Poderia ter sido o líder que tivesse estabelecido o povo palestiniano num estado próprio. No entanto, andou muito tempo mais preocupado com a tentativa de destruição de Israel. Quando teve que fazer a paz, não o conseguiu (não digo que os israelitas tenham feito tudo o que podiam também). Demasiado habituado à guerra, não soube (não pode?) dar o passo decisivo para a paz. Será que depois da sua partida os palestinianos encontrarão um líder capaz de fazer a paz? Duvido, mas esperemos para ver. Com Arafat a paz nunca seria possível.

The day after

Engraçado este artigo sobre o efeitos da eleição de Bush em Hollywood. Mas, isto são apenas faits-divers nada mais nem muito preocupante. Hollywood seguirá como dantes, seja Bush, fosse Kerry. Para mim é muito mais preocupante da sanidade mental europeia, antes de mais, é o título do Daily Mirror (segundo reporta o Drudge Report ): How can 59,054,087 be so dumb Independentemente da provocação que o título deixa passar, também por ele perpassa uma clara irritação plea escolha. A leitura da imprensa francesa online de hoje também não deixa dúvidas do desprezo que alguns sentem pela escolha dos norte-americanos. É preocupante este sintoma, porque demonstra muito pouca democracia. Ouve-se as rádios portuguesas e, também, os comentadores demonstram esta incompreensão pela democracia. Será que eles não gostam da diversidade de opiniões?

Da Ruralidade

Das análise do mapa eleitoral americano, uma análise recorrente que se ouve é que a América rural e profunda (ignorante e inculta segundo esses senhores) votou esmagadoramente Bush, enquanto a América culta, educada, cosmopolita (a Costa Leste acima da Virgínia e a Região industrial dos grandes lagos) teria votado Kerry. A imagem que estes analistas querem passar é a de que os americanos cultos votaram nos democratas e o americanos pouco mais do que grunho votaram Bush. Como todas as análises reducionistas, ela não poderia ser mais grosseira e errada. Em primeiro lugar, parece-me que há aqui um complexo que todos sabemos ser bem de esquerda: o elitismo. Desde o século XVIII que a esquerda sofre deste complexo: eles pensam, embora não o digam abertamente, que apenas os iluminados deveria dirigir os países. Isto é, acham que os outros não capazes de verem o que é bom para o país porque não pensam como eles. Só quem pensa como eles é que é culto e pode ter uma palavra a dizer no gov

Será que vão falar ainda de legitimidade?

Consulto o sítio da CNN sobre as eleições americanas e vejo que, em voto popular, Bush tem mais 3 522 952 votos do que Kerry. Será que se Kerry ganhar no Ohio, o que é improvável, ouviremos os suspeitos do costume dizer que ele não terá legitimidade porque não ganhou no voto popular? Nas eleições de 2000, e nos dias anteriores a estas, ouvimos os maiores disparates sobre o assunto, próprios de quem ignora o que é um sistema eleitoral federal (ignorando também que os sistemas, por exemplo, da França ou da Inglaterra também são proporcionais quanto aos lugarees do parlamento). Todas estas acusações não tinham fundamento algum, pelo que no caso de Kerry ganhar o Ohio, ele teria toda a legitimidade do mundo para governar. Mas estou certo que não ouviríamos um um único pio dessas carpideiras... Os democratas têm que ter paciência, daqui a 4 anos haverá outras eleições. Eu há vinte anos que não consigo eleger um presidente do meu gosto aqui em Portugal (não, nem o Sampaio). Espe

Noite divertida

Ainda, a esta hora, não se tem confirmação oficial da vitória de Bush, mas ela é mais do que provável. Até às 4h da manhã estive a ver a televisão e a acompanhar as eleições pela Internet, neste último caso, sobretudo pela CNN e a CBS . Nas TVs vi as portuguesas e também as internacionais, proporcionadas pela TV Cabo. Não deixei de ver a TV5 e aí os meus momentos de divertimento atingiram o máximo. A estupefacção, a incredulidade estavam estampados na cara da maioria dos que lá falavam. Aliás, o optimismo pró-Kerry de algumas televisões no início da noite foi-se desvanecendo para, às 4 da manhã, os comentadores já davam como mais do que provável a vitória do Bush. Não dei por perdido o tempo passado em frente à TV. Mas, o melhor de tudo, foi poder ter acompanhado com, mais ou menos, os mesmos dados de que aqueles que dispunham as TVs portuguesas. E ao mesmo tempo ir procurando nos resultados na net das tendências nos estados que estavam a ser apurados. Por exemplo, no caso da F

Liberdade de expressão em perigo

O realizador holandês Theo Van Gogh foi assassinado . O suspeito é um homem com dupla nacionalidade marroquina e holandesa. Coincidência ou não, o realizador tinha sido ameaçado de morte por islamitas devido ao seu filme "Submission" que enfureceu alguma da comunidade muçulmana na Holanda. Se foi este o caso, Van Gogh pagou com a vida o crime de blasfémia. E isto é que é muito grave para a liberdade de expressão na Europa. É preciso começar a ter em atenção casos como este. Se não, a Europa estará a transformar-se na Eurabia (e a Oriana Fallaci então estará cheia de razão).

A ler..

Este editorial no Le Figaro . De facto, a vitória de Kerry não irá, como num passe de mágica, repor as relações Estados Unidos - Europa nos termos que muitos europeus querem. Esperar isso é nada conhecer dos EUA.

É hoje o dia...

... mas apenas para os americanos, pois só eles é que votam nas eleições. Espero que Bush ganhe, mas se não o fizer... paciência. Afinal, não sou cidadão dos Estados Unidos.

Terramoto de 1755

Em 1 de Novembro de 1755, pouco depois das 9 horas da manhã, há precisamente 249 anos, Lisboa foi quase toda ela destruída por um dos mais violentos sismos de que há memória e registo. A sua violência impressionou toda a Europa, tendo várias personagens ilustres da cultura europeia escrito sobre ele, sendo também ponto de partida para várias reflexãos filosóficas. Goethe (1749-1832) escreveu, alguns anos depois, que "porventura em algum tempo o demónio do terror espalhou por toda a terra, com tamanha força e rapidez, o arrepio do medo". Mas, talvez, o caso mais conhecido seja o de Voltaire (1694-1778) que foi fortemente influenciado pelo acontecimento e que o aproveitou como um dos seus argumentos para contrariar teorias como a Teodiceia de Leibniz (1646-1716). Volatire escreveu, nomeadamente um longo poema filosófico intitulado Poème sur le désastre de Lisbonne onde ele contesta o absolutismo do axioma "Tout est bien". O poema acaba assim: Un jour tout sera

Dia de Todos os Santos

O dia de Todos os Santos é uma solenidade celebrada a 1 de Novembro, instituída pela Igreja para venerar todos os seus santos, conhecidos e desconhecidos. É uma solenidade com base em tradições antigas tantos das igrejas orientais como ocidentais. No início apenas São João Baptista e os mártires eram venerados num dia específico. Mas com as várias perseguições, como por exemplo, as de Diocleciano (imperador de 284-305), iniciadas em 303 e que duraram 10 anos, os números de mártires tornou-se tão grande que era impossível atribuir um dia específico a cada um. As igrejas orientais tinham uma comemoração conjunta dos santos. Encontra-se a menção de dia comum de veneração num sermão de Santo Efrém (306-373), datado de 373, bem como na 74.ª homília de São João Crisóstomo (347-407), datado de 407. Também o calendário dos caldeo-cristãos, em 411, contemplava já um “Commeratio Confessorum” na sexta-feira a seguir à Páscoa. No Ocidente, Bonifácio IV (608-615), dedicou ao culto cristão